Meu amigo Marcelo Montenegro, de Sanca, tá escrevendo uns poemas porretas. Depois de Orfanato Portátil, que é também o nome do blog dele (link aí embaixo), ele prepara um novo livro. Vem coisa boa por aí, como este:
CARPINTARIA REVISiTED
Cabe à poesia, como diria Lobo Antunes,
“despentear a prosa”. Dissolver-se,
nela, engenhosa, anfíbia, como sal
de frutas no estômago dos contos.
Quanto à prosa – entre feiras do livro
e fichas de pôquer – tirar da poesia
seus óculos de ópera, até que uma
jogue fora a chave da algema da outra.
Ah Roman Jakobson, bebaço,
nas estrias do texto. Porque
como o esgoto despeja no mar
a cidade vomitada – ou seja, linguagem
que recai sobre si mesma –
solto agora um romancista dentro
do poema. E o lanterninha
da página. Que o mais é cinema.
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