quarta-feira, outubro 28, 2009

Entrevista sobre Whitman e Leaves of Grass

Max Silva Moreira me entrevistou sobre a tradução de Leaves of Grass, de Walt Whitman, para a revista TANTO.
Confira aqui:
Estou em Sampa, indo para o Fórum das Letras de Ouro Preto. Dia 3, pocket show Canções do Estúdio Realidade dentro do projeto Terças Poéticas, capitaneado por Wilmar Silva, no Palácio das Artes.
Alô, Minas Gerais!!!

terça-feira, outubro 20, 2009

sábado, outubro 17, 2009

OSTRANENIE, a road poem (poema de Rodrigo Garcia Lopes)


Pego nessa estranha lógica do mundo

Peço carona para a família de malucos

Que tem como hobbies mais esdrúxulos

Não contar as horas, só contar os cucos,

Trocar beijos como quem troca socos,

Praguejar como um bando de marujos

E tomar na cara achando que é soluço.

Perguntam a meu nariz se estamos juntos

Rasuram paisagens, comem presunto,

Depois falam falam falam como loucos

Até ficarem sem voz e sem assunto.

Desço, em algum antigo vilarejo russo.






Rodrigo Garcia Lopes (Em Nômada, Editora Lamparina, 2004)

quarta-feira, outubro 14, 2009

PEÔNIAS NEGRAS (poema de Rodrigo Garcia Lopes)




peônias negras
serenas
quase secas

pombos se aquecem
num resto
de sol

uma planta
luta para
romper a fenda

formigas dragam
uma abelha
ainda viva

o inverno
furta a flor
a cor da fruta

(gestos & acenos
de sombras
não consolam)

a tarde passa
arrasta e deixa
um rastro prata







Rodrigo Garcia Lopes (Em Solarium, Editora Iluminuras, 1994)

O compositor WILLY CORRÊA (Recife, 1938), musicou este poema, mas ainda não ouvi a gravação.

quarta-feira, outubro 07, 2009

AURORA, poema de ARTHUR RIMBAUD (Tradução: Rodrigo Garcia Lopes e Maurício Arruda Mendonça)

AURORA



Eu abracei a aurora de verão.

Nada ainda se mexia na fachada dos palácios. A água estava morta.

Acampamentos de sombras não deixavam a trilha do bosque. Eu marchava, despertando hálitos vivos e cálidos, e as pedrarias espiavam, e as alas se levantavam sem um som.

A primeira missão foi, num atalho já cheio de centelhas frescas e pálidas, uma flor que me disse seu nome.

Sorri para a loira wasserfall que se descabelava através dos pinheiros; reconheci a deusa no cimo de prata.

Então, um a um, levantei os véus. Nas alamedas, agitando os braços. Pela planície, onde a denunciei ao galo. Na cidade grande ela fugia entre cúpulas e campanários, e correndo como um mendigo entre docas de mármore, eu a caçava.

No alto da trilha, perto de um bosque de louros, eu a envolvi com seu monte de véus, e senti um pouco seu corpo imenso. A aurora e a criança caíram na beira do bosque.

Ao acordar, meio-dia.




ARTHUR RIMBAUD

Tradução: Rodrigo Garcia Lopes e Maurício Arruda Mendonça (Em Iluminuras, Iluminuras, 1994)

sexta-feira, outubro 02, 2009

O OLHAR DE WALTER NEY

O Walter Ney é um excelente fotógrafo de Londrina. Ele acaba de abrir um blog pra abrigar suas fotos. Aqui:

http://www.walterneyfotos.blogspot.com/


Vale a pena conhecer seu trabalho.


Ipanema - Morro Dois Irmãos. FOTOS DE WALTER NEY

quinta-feira, outubro 01, 2009

UM INÉDITO DE LEMINSKI

Poema inédito de Paulo Leminski, com frescor de escrito agora.




morrer

como uma barca


morrer

entre meus livros


lendo

como Petrarca


escrevendo

como Flaubert


afundar entre meus livros

como quem afunda numa mulher





PAULO LEMINSKI