segunda-feira, setembro 29, 2008



ACORDAR, ÚNICO SUSTO,
e ver a chuva sobre o pântano
a primeira chuva do ano
dunas resistindo a todo custo.

Eliminar todo pensamento
De dor. Ficar um momento
Isopor, em silêncio, meditando
sobre as qualidades do branco.

Minha alma, mesmo fora
dessa chuva, se curva
às qualidades do agora;
Está lavada por dentro.




Rodrigo Garcia Lopes (em Visibilia, 1996)

GIGANTE BRAZIL (1952-2008)

O baixista Paulinho LePetit com o baterista Gigante Brazil.

Tô dizendo que setembro tá brabo. E agora acabo de saber que o grande músico, baterista dos bãos, Gigante Brazil morreu hoje, na Vila Madalena (Sampa) de parada cardíaca, aos 56 anos. Morreu dormindo. Quem viu a fera tocar como eu vi, (fazendo backing vocals louquíssimos e jogando pratos da batera pra cima, em vários shows do Itamar Assumpção, onde era sempre um destaque) sabe do que o Jorge Luiz de Souza (seu nome verdadeiro) era capaz de fazer em cena. Ele começou na carreira musical em 1969, fundando as bandas Sindicato e Gang 90. Gigante tocou também com Caetano Veloso, Gilberto Gil e na lendária banda Isca de Polícia, (que ele formou com Itamar), mais Jorge Mautner (que ele acompanhou nos anos 70), outros artistas tiveram o privilégio de contar com um mestre na bateria, como Marisa Monte, Ceumar, Suzana Salles, Anelis Assumpção, Mônica Salmaso, Ná Ozzeti. Há dois anos lançou seu primeiro disco, Música Preta Branca etc. Seu último show foi na quinta passada, acompanhando o Celso Sim. Gigante Gigante. A música brasileira com certeza fica mais triste.

domingo, setembro 28, 2008

NOMADISMO




Só o cenário acelera
O volume do movimento

O quebra-cabeça celebra
processo desse pensamento

A simultaneidade das eras
O fato de, neste momento,

Uma pausa nos desterra
(e a voz é quase silêncio).





Rodrigo Garcia Lopes (em Nômada, Lamparina 2004)

sábado, setembro 27, 2008

Paul Newman (1925-2008)


Mais um mito subiu. Paul Newman morreu hoje, aos 83 anos, de câncer. Trabalhou em mais de 50 filmes, como "Hud", "Cortina Rasgada", "Ausência de Malícia", "Gata em Teto de Zinco Quente", "Desafio à corrupção", "O Indomado", "Rebeldia Indomável", "Ausência de Malícia", "O Veredito", "Butch Cassidy". Fez excelentes filmes com diretores como Alfred Hitchcock, John Huston, Robert Altman, Martin Scorsese e os irmãos Coen. Era um de meus atores favoritos, dotado de um talento, charme e carisma incríveis. Um ator de verdade.

sexta-feira, setembro 26, 2008

MINHA VIDA NOS TUBOS DE SOBREVIVÊNCIA (poema de Roberto Bolaño, traduzido por Rodrigo Garcia Lopes)



Como eu era pigmeu e amarelo e de feições agradáveis
E como eu era esperto e não estava a fim de ser torturado
Num campo de trabalho ou numa cela acolchoada
Me meteram no interior deste disco voador
E me disseram “voa e encontra o teu destino”. Mas que
Destino iria eu encontrar? A maldita nave parecia
O holandês voador pelos céus do mundo, como se
Quisesse fugir de minha menos-valia, de meu esqueleto
Singular: uma cusparada na cara da Religião,
Uma machadada de seda nas costas da Felicidade,
Apoio Moral e Ético, a fuga para a frente
De meus irmãos verdugos e meus irmãos desconhecidos.
Todos enfim humanos e curiosos, todos órfãos e
Jogadores cegos à beira do abismo. Mas tudo isso
Dentro do disco voador não podia deixar de ser indiferente para mim.
Ou distante. Ou secundário. A maior virtude de minha espécie traidora
É a coragem, talvez a única coisa que é real, palpável até nas lágrimas
E adeuses. E coragem era o que eu pedia, fechado
No disco, assombrando lavradores e bêbados
jogados nas valas. Invoquei a coragem na maldita nave
Enquanto trilhava por guetos e parques que para um transeunte
Deviam parecer enormes, mas que para mim eram só tatuagens sem sentido,
Palavras magnéticas e indecifráveis, apenas um gesto
Insinuado debaixo do manto de lontras do planeta.
Será que havia me transformado em Stefan Zweig e visto a aproximação
Do meu suicídio? Quanto a isso a frieza da nave
Era inquestionável, no entanto, sonhava
Com um país cálido, uma varanda e um amor fiel e desesperado.
As lágrimas que logo derramava permaneciam na superfície
Do disco durante dias, testemunho de minha dor, mas
De uma espécie de poesia exaltada que cada vez mais
Apertava meu peito, minhas têmporas e meus rins. Uma varanda,
Um país cálido e um amor de grandes olhos fiéis
Se aproximando lentamente através do sonho, enquanto a nave
Deixava estrelas de fogo na ignorância de meus irmãos
E em sua inocência. E éramos uma bola de luz, o disco e eu,
Nas retinas dos pobres camponeses, uma imagem perecível
Que nunca diria o bastante sobre o meu anseio
Ou o mistério que era o princípio e o fim
Daquele artefato incompreensível. Foi assim até o
Fim dos meus dias, submetido aos ventos do arbítrio,
Sonhando, às vezes, que o disco se estatelava numa serra
Da América e meu cadáver quase sem um arranhão surgia
Para oferecer-se aos olhos de velhos montanheses e historiadores:
Um ovo num ninho de ferros retorcidos. Sonhando
Que o disco e eu havíamos concluído nossa dança peripatética,
Ou nossa pobre crítica da Realidade, numa colisão indolor
E anônima em algum deserto do planeta. Morte
Que não me trouxe paz nenhuma, pois após corromper-se a minha carne
Ainda continuava sonhando.



Roberto Bolaño
Tradução: Rodrigo Garcia Lopes

quinta-feira, setembro 25, 2008

ARS POETICA

Precisa dizer.
Como um celofane que se desa-
massa.
Não como certas músicas baratas
baladas que não dizem nada
fazendo companhia para o som do ar-
condicionado.
Ir na veia, sendo suas únicas velas, salvo a possessão.
Vogar fora da voga.
Seita excêntrica?
Post-mortem ismo?
Não é moda: não precisa de marketing
pra dizer a que veio.
Veio, e veio só, na cilada da noite.



Rodrigo Garcia Lopes, em Nômada, 2004)

quarta-feira, setembro 24, 2008

Blogues da Claudia Roquette-Pinto e da Andrea Ramos + Site do Eucanaã Ferraz



A poeta carioca Claudia Roquette-Pinto acaba de estrear seu blog.
Vale a pena conhecer: Link aqui:
http://ouialinspiration.blogspot.com/

Minha amiga Andrea Ramos também estreou esses dias, onde ela posta seus desenhos e sua arte. É aqui: http://andreailustradora.blogspot.com/


Vale a pena conhecer também o trabalho do Eucanaã Ferraz, aqui http://www.eucanaaferraz.com.br/

terça-feira, setembro 23, 2008


Havia um casal de velhinhos que decidiu cruzar o país de carro. Tanto um quanto o outro eram legalmente surdos. Já estavam a dezesseis quilômetros de casa quando o alarme anti-roubo disparou e ficou travado na posição "ligado".
Eles dirigiram o caminho todo até San Francisco desse jeito.
Dava pra ouví-los chegando a uns cinco quilômetros de distância.
O alarme não parecia de jeito algum incomodar a velhinha. Ela achava que estava até agradável. Perto de Chicago, ela disse pro marido, "Parecem abelhas distantes num dia de verão". E o marido disse, "O QUÊ?"


Laurie Anderson, em United States, 1984
Tradução: Rodrigo Garcia Lopes

NAKED CITY

Há milhões de estórias na Cidade Nua.



Mas ninguém se lembra qual é a sua.


Laurie Anderson, em United States, 1984

segunda-feira, setembro 22, 2008

OS VISITANTES


Um grupo de artistas minimalistas estava viajando pela China. Quase no fim da visita, eles pararam numa província remota onde poucos americanos já tinham ido. Um dos anfitriões chineses parecia bem confuso em relação aos Estados Unidos. Ele ficava fazendo perguntas do tipo: "É verdade que os americanos usam aviões...para ir trabalhar?" "É verdade que toda a comida de vocês é feita em fábricas?"
Um dos visitantes era um artista conceitual cuja especialidade era teorias sobre informação e verdade. Ele decidiu testar uma de suas teorias no anfitrião.
Então o anfitrião perguntou, "É verdade que vocês têm robôs em suas casas?", e ele respondeu, "Ah, sim. Temos um montão de robôs. É verdade".
O anfitrião perguntou, "É verdade que os americanos vivem na Lua?" O artista respondeu, "Sim, é verdade. Muitos de nós vivem lá. Pra dizer a verdade, vamos pra lá o tempo todo".
Nesta província, no entanto, a palavra para Lua era a mesma palavra para Céu. Os anfitriões ficaram boquiabertos com o fato dos americanos viajarem para o Céu. E eles ficaram ainda mais boquiabertos por serem capazes de voltar de lá -- e que nós fôssemos o tempo todo para lá".


LAURIE ANDERSON, "The Visitors", em United States (1984)

Tradução: Rodrigo Garcia Lopes

Tradutores unidos em defesa da profissão


Eu apóio e aderi.


MAIS PRÊMIOS PRO "SATORI USO"


O curta londrinense SATORI USO (PR, fic, cor e p&b, 17 min, HDV>35mm, 2007), uma produção da KINOARTE com direção de Rodrigo Grota, conquistou no último sábado o Prêmio Especial do Júri de Melhor Roteiro no 6º Curta Santos. E ele recebeu também esta semana uma menção honrosa especial do júri no 14 Festival Internacional de Curtas de Drama, na Grécia. O filme, inspirado na obra de Rodrigo Garcia Lopes, foi escrito por Grota e pelo próprio poeta londrinense. Produzido em 2007 com patrocínio da Prefeitura de Londrina via Promic (Programa Municipal de Incentivo à Cultura), SATORI USO está disponível em DVD pela Programadora Brasil e pode ser visto no canal da KINOARTE no Youtube (http://www.youtube.com/kinoarte).

domingo, setembro 21, 2008

Perloff lê Wittgenstein




A crítica Marjorie Perloff acaba de ter mais um de seus livros traduzidos no Brasil (o outro é O Momento Futurista, pela Edusp). A Escada de Wittgenstein - A Linguagem Poética e o Estranhamento do Cotidiano, traduzido por Elizabeth Rocha Leite e Aurora Fornoni Bernardini, é leitura obrigatória para quem se interessa por linguagem, poesia contemporânea, filosofia. Aqui, Perloff investiga os elos entre a poesia contemporânea e a filosofia de Ludwig Wittgenstein (1889-1951). Deve sair em breve no Brasil uma entrevista longa que fiz com ela recentemente. A primeira, realizada em 1991, saiu no livro Vozes & Visões (Iluminuras, 1996).

A Escada de Wittgenstein Marjorie Perloff / Edusp / 306 págs./ R$ 57

sábado, setembro 20, 2008

FESTIVAL LONDRIX - nesta terça


O LONDRIX 2008 – Festival Literário de Londrina reúne importantes nomes da literatura brasileira para discutir e pensar os rumos da literatura feita hoje no Brasil, seus impasses e peculiaridades em toda a sua diversidade de experiências. São seis dias de debates, palestras, leituras, shows e oficinas abordando assuntos pontuais e controversos. Nessa edição do Festival jovens escritores brasileiros falam sobre a opção pela literatura e relatam suas experiências com a escrita. Uma reflexão sobre as relações entre quadrinhos e formas literárias também será um dos temas das mesas. Outro tema proposto será o imaginário de cidade, particularmente Londrina, como inspiração poética. Entre os participantes estão nomes de destaque no cenário atual como João Gilberto Noll, Domingos Pellegrini, Miguel Sanches Neto, João Filho, Lourenço Mutarelli, Caco Galhardo, Fabrício Corsaletti, Mário Bortolotto, Fernando Koproski, Paulo Scott, Hélio Leites, Índigo, Ivan Justen Santana, Eloyr Pacheco, Mirian Paglia Costa, Maria Regina Fedri, Neuza Pinheiro, entre outros. Dezenas de lançamentos de livros, revistas e CDs, além de shows com artistas que integram a literatura em seu trabalho musical como Bonus Trash, Ceumar, Benditos Energúmenos, A Barca, A Lei, Décio Caetano, Mário Bortolotto & Fábio Brum, Rogéria Holtz e Renata Mattar. Nesta festa literária a Feira de Livros vai abrir espaço para editora de pequeno e médio porte. Além das performances diárias de Hélio Leites, as revistas independentes também marcam presença, com lançamentos do novo número da Coyote.


POESIA: A PAIXÃO DA LINGUAGEM SEGUNDO LEMINSKI


"A poesia seria cúmplice, desde o início, desse sentimento que se chama amor. Eu acho que é uma coisa perfeitamente lógica, natural, porque a poesia, se vocês olharem bem, ela é o amor entre os sons e os sentimentos. Ela já é na sua substância, intrinsecamente, ela já é amor, já é aproximação, no sentido que é amor entre os sons e os sentidos, num sentido que a prosa não é. É por isso que a poesia não morre. Por que essa coisa tão inútil que não consegue sequer se transformar decentemente em mercadoria num mundo mercatório, esse mundo em que vivemos? Qualquer editor principiante sabe: poesia não vende. Existe esse hiato, realmente poesia não vende, e é bom que não venda! Sabe aqueles que reclamam dizendo, é um absurdo, um país como o nosso, não sei o quê, tchê, tchê, pá, pá, e poesia não vende. Vamos nos rejubilar. Poesia não vende. Poesia é ato de amor entre o poeta e a linguagem. E esse é um território como se fosse assim uma reserva ecológica do mercado em que vivemos que resiste ao fato de se transformar em mercadoria. Não é uma infelicidade e nenhuma inferioridade da poesia escrita, falando da poesia escrita, da poesia, escrita, da poesia livro, a dificuldade dela em se transformar em mercadoria é uma grandeza. Quem não entender isso não entende a verdadeira natureza da poesia, ela é feita de uma substância que é, basicamente, rebelde à transformação em mercadoria. A gente pode criar um mundo assim, um império total da mercadoria, tudo pode ser vendido, coisas, sensações, as coisas mais incríveis, os momentos mais emocionantes. Uma coisa, porém, não pode ser transformada em mercadoria, que é o amor. Amor é dado de graça, alguém pode comprar amor? Pode-se comprar o sexo de outra pessoa, mas o amor a gente sabe que é o último reduto que resiste à transformação em mercadoria.”

Paulo Leminski

em “Poesia: a paixão da linguagem” em Os Sentidos da Paixão (Cia das Letras)


quinta-feira, setembro 18, 2008

SATORI USO ESTRÉIA HOJE NO CANAL BRASIL

O curta-metragem Satori Uso (ficção, cor e P&B, 17 min.), uma produção da Kinoarte, de Londrina - PR, com direção deRodrigo Grota, estréia nesta quinta-feira, às 23h36, no Canal Brasil, com re-exibição no sábado, dia 13, às 2h21. O filme, inspirado na obra do poeta Rodrigo Garcia Lopes, que co-escreveu o roteiro, ganhou dois prêmios em Gramado em 2007 e está concorrendo ao Grande Prêmio do Canal Brasil para Curtas-Metragens, cuja cerimônia de premiação irá ocorrer no próximo dia 18 em São Paulo.

FOGO NA PAGLIA


Amanhã entrevisto a escritora, "feminista dissidente", professora e analista cultural CAMILLE PAGLIA, dentro da série de entrevistas que estou fazendo. Vou postando trechos da entrevista aqui neste Estúdio Realidade. Vou perguntar de seu último livro, Break, Blow, Burn, onde ela analisa 43 poemas de vários períodos, de poesia, eleição americana, política, feminismo, polêmicas, sexo, cinema, cultura pop, entre outros assuntos. Vamos ver como vai ser. Ela geralmente não deixa pedra sobre pedra.

terça-feira, setembro 16, 2008

HAIKU


ela está tirando a roupa

e entrando em minha cama

lua de verão





rodrigo garcia lopes (em solarium, 1994)

domingo, setembro 14, 2008

DAVID FOSTER WALLACE (1962-2008)


No último sábado o romancista e ensaísta de 46 anos foi encontrado morto, enforcado em sua casa em Claremont, na Califórnia. Um grande talento. Demos na Coyote 13 (2005), pela primeira vez no Brasil, um fragmento de seu romance Infinite Jest, de 1996, traduzido por Caetano Galindo. Era considerado considerado o "novo Joyce" e o "novo Pynchon" da escrita norte-americana. No Brasil saiu recentemente sua coletânea de contos Breves Entrevistas com Homens Hediondos. Pelo que sei, Caetano está traduzindo Infinite Jest, o catatau de mil páginas que fez sua reputação nos EUA. Infelizmente, quem sabe agora as editoras passem a publicar seus livros.

quinta-feira, setembro 11, 2008

BAEDEKER LUNAR (de Mina Loy, trad. Rodrigo Garcia Lopes)

BAEDEKER LUNAR


Um Lúcifer prata
serve cocaína
numa cornucópia

Para uns sonâmbulos
de coxas adolescentes
drapejados
em drapejamentos satíricos

Peris de uniforme
preparam
O Letes
para novos-ricos póstumos

Avenidas Delirantes
luzem
com as almas candelabros
dos infusórios
das tumbas do faraó

levam
a juízos finais mercuriais
Oásis odioso
no fósforo sulcado — — —

o olhibranco luceleste
distrito das luzes brancas
de luxúrias lunares

— — — Anúncios estrelétricos
“Asa em cartaz na Starway”
“Carrossel Zodíaco”

Ciclones
de pó de êxtase
e cinzas rodopiam
cruzados
de cidadelas psicodélicas
de vidro estilhaçado
em crateras evacuadas

Um rebanho de sonhos
pasta na Necrópolis

Das praias
de oceanos ovais
no Oriente oxidado

Odaliscas olhiônix
e ornitólogos
observam
a fuga
de Eros obsoleto

E a “Imortalidade”
mofa . . .
nos museus da lua

“Cíclope noturno”
“Concubina de cristal”
— — — — — — —
Com pústulas de personificação
a virgem fóssil dos céus
enche-se e mingua

***

MINA LOY (1882-1966)
Tradução: Rodrigo Garcia Lopes
Em "Coyote", número 1, 2002.
Escrito por volta de 1921.
* Título: “Baedeker Lunar”. Baedeker, famoso guia turístico europeu.
* Linha 8: No original, "Peris". Na mitologia persa “peris” são duendes ou elfos descendentes dos anjos maus (anjos caídos) que são proibidos de entrar no Paraíso até que paguem seus pecados.
* Linha 10: Letes, rio do esquecimento na mitologia greco-romana, cujas águas produziam perda de memória daqueles que a bebessem.
* Linha 15: Infusória: organismos microscópicos encontrado em matéria orgânica em decomposição.

domingo, setembro 07, 2008

CEREJAS


OUÇA AQUI, na faixa do CD POLIVOX:



cerejas

podem

parecer
amargas

se você nada sabe
do solitário sabor

experimente-as
antes

quando
ainda

forem

flores



Rodrigo Garcia Lopes © Solarium (Editora Iluminuras)

sexta-feira, setembro 05, 2008

Hanna e Ike e Josephine estão chegando



Hanna é um furacão, e ela vai chegar de madrugada, vestida de muita tempestade, possíveis tornados, à costa da Carolina. Se eu não postar nada nos próximos dias, é porque Hanna chegou e levou a minha luz. Ike e Josephine já marcaram presença e estão a caminho.