segunda-feira, março 30, 2009

BLOG DO MAURÍCIO ARRUDA MENDONÇA

Uma trinca de peso: Maurício Arruda Mendonça, Mario Bortolotto e Marcos Losnak (de costas).

Ando sem tempo para postar aqui neste Estúdio. Tempo eu até tenho, mas estou entretido escrevendo, lendo, e terminando uma novela. Sem tempo pra internet nem e-mails. E dedicando meus dias para o ócio criativo. O dia voltou a ter 24 horas.

Em todo caso, tem bastante coisa aqui pra divertir um internauta por algum tempo.

O poeta e dramaturgo Maurício Arruda Mendonça, que acabou de defender sua tese de doutorado sobre o Catatau , romance-idéia do Paulo Leminski, estreou na blogosfera. Confira abaixo e no link ao lado.
http://www.epigrafias.blogspot.com/

segunda-feira, março 16, 2009

Músicas




Para quem quiser conferir algumas músicas do Polivox no Myspace:

http://www.myspace.com/ogirdor2009

sexta-feira, março 13, 2009

ENCONTRO DE INTERROGAÇÕES -ITAÚ CULTURAL 2005



Coyote, poesia, tradução, música, literatura etc. Entrevista concedida ao Itaú Cultural no Encontro de Interrogações (São Paulo, 2005)
VÍDEO NO YOUTUBE:

quinta-feira, março 12, 2009

BLOG DA NEUZZA PINHERO


A poeta, compositora, grande cantora e parceira NEUZZA PINHERO acaba de estrear seu blog. Confira:

http://www.spiritualsdoorvalho.blogspot.com/

quarta-feira, março 11, 2009

PRÊMIO SHELL MERECIDO



São notícias assim que fazem o dia da gente ficar melhor. Acabo de saber que meu grande amigo e parceiro Maurício Arruda Mendonça, depois de várias indicações anteriores, finalmente faturou o prêmio SHELL de Melhor Autor, dividindo o prêmio com Paulo de Moraes, pela peça Inveja dos Anjos. A excelente atriz Patrícia Selonk ganhou como melhor atriz, na mesma peça. É o teatro nascido e criado em Londrina fazendo história.

terça-feira, março 10, 2009

SOBRE UM DITADO ANTIGO (rodrigo garcia lopes)


Faixa do CD POLIVOX (independente, 2001)

Rodrigo Garcia Lopes (voz e violões)




"Aonde nós estamos que já não reconhecemos os desconhecidos?"

(paulo leminski)

sábado, março 07, 2009


Aqui jaz um grande poeta.
Nada deixou escrito.
Este silêncio, acredito,
são suas obras completas.




PAULO LEMINSKI



sexta-feira, março 06, 2009

NOVA ZUNÁI ZUNINDO NA REDE

Acaba de ser lançada o número 17 da revista de poesia e arte ZUNÁI: Revista de Poesia e Debates, www.revistazunai.com
Capitaneada pelos bravos Claudio Daniel, Rodrigo de Souza Leão e webdesign de Ana Peluso. Está imperdível. E o incrível é que ela está arriscada a sumir, mesmo no espaço vitual, por falta de patrocínio. Tem tanta coisa interessante que é difícil saber por onde começar. Poesia inédita brasileira, do Peru, China, Japão, Itália e do Canadá, ensaios sobre as obras de Cage, Paz, Augusto de Campos, David Lynch, entrevista com Maria Esther Maciel, mostra de poesia argentina hoje (por Reynaldo Jimenéz) etc.

E o número também traz uma pequena colaboração minha, "26 Aforismas sobre Poesia". Aqui:

http://www.revistazunai.com/ensaios/rodrigo_garcia_lopes_26aforismas.htm

quarta-feira, março 04, 2009

PERFEITOS ESTRANHOS BLUES (de Rodrigo Garcia Lopes)



Esta é a faixa 2 do meu primeiro CD, Polivox, AQUI:

http://www.garageband.com/song?|pe1|S8LTM0LdsaSgZFa1Y24



PERFEITOS ESTRANHOS BLUES
(Rodrigo Garcia Lopes)


hoje dei de cara com uma pessoa
na mesma casa
em que nós
anos atrás

nem sei
ninguém falou
esquecemos os nomes
um do outro

e nos afastamos
sem dizer nada

perfeitos estranhos novamente



Rodrigo Garcia Lopes: violão e voz
Sidney Giovenazzi: baixo, violão solo e teclados
Ricardo Garcia: percuteria

em POLIVOX (Independente, 2001)

segunda-feira, março 02, 2009

TULIPAS (de Sylvia Plath - tradução Rodrigo Garcia Lopes e Cristina Macedo)



Tulipas são excitáveis demais, é inverno aqui.
Vê como tudo está branco, tão silencioso, coberto de neve.
Aprendo a paz, deitada sozinha em silêncio
Enquanto a luz se espalha nessas paredes brancas, nesta cama, nestas mãos.
Não sou ninguém; não tenho nada a ver com as explosões.
Dei meu nome e minhas roupas às enfermeiras
Minha história ao anestesista e meu corpo aos cirurgiões.

Apoiaram minha cabeça entre o travesseiro e a dobra do lençol
Como um olho entre duas pálpebras brancas que ficassem abertas.
Pupila tola, tudo ela tem que engolir.
As enfermeiras não se cansam de passar, não me incomodam,
Passam como gaivotas no interior, em seus chapéus brancos,
Fazendo coisas com as mãos, uma igual à outra,
Por isso é impossível dizer quantas são.

Fazem de meu corpo um seixo, que elas cuidam como a água
Cuida dos seixos por onde corre, alisando-os com carinho.
Trazem-me o torpor em suas agulhas brilhantes, trazem-me o sono.
Perdida de mim, estou cansada da bagagem toda —
Meu estojo de couro noturno, caixa preta de comprimidos,
Meu marido e minha filha sorriem na foto de família;
Seus sorrisos fisgam minha pele, pequenos anzóis sorridentes.

Deixei coisas escaparem, navio de carga com trinta anos
Teimosamente se prendendo a meu nome e endereço.
Eles me lavaram de minhas associações amorosas.
Assustada e nua sobre a cama de rodas com travesseiros de plástico verde,
Assisti meu aparelho de chá, minhas roupas de linho, meus livros
Submergirem e sumirem, e a água cobrir minha cabeça.
Sou freira agora, nunca fui tão pura.

Não queria flores, só me deitar
De mãos pra cima e completamente vazia.
Quanta liberdade, você não faz idéia —
A paz é tão imensa que entorpece,
E não pergunta nada, um crachá, coisinhas de nada.
É do que se aproximam os mortos, enfim; e os imagino
Fechando suas bocas sobre ela, como hóstia de comunhão.

Tulipas são vermelhas demais, me machucam.
Mesmo através do celofane as ouço respirando
De leve, através de suas faixas brancas, como um bebê terrível.
Sua vermelhidão conversa com minha ferida, elas combinam.
São tão sutis: parecem flutuar, embora sinta seus pesos,
Me aborrecendo com suas súbitas cores e línguas,
Uma dúzia de chumbadas vermelhas presas no pescoço.

Antes ninguém me observava, agora sou observada.
As tulipas se viram para mim, e para a janela às minhas costas
Onde, uma vez por dia, a luz lentamente se dilata e lentamente se dilui,
E me vejo, estendida, ridícula, uma silhueta de papel
Entre o olho do sol e os olhos das tulipas,
E não tenho face, eu que tanto quis me apagar.
As tulipas vívidas devoram meu oxigênio.

Antes de chegarem havia sossego no ar,
Indo e vindo, a cada alento, sem alvoroço.
Mas as tulipas o ocuparam por inteiro, como um alarme.
Agora o ar se enrosca e redemoinha ao seu redor como o rio
Ao redor de um motor enferrujado e submerso.
Elas concentram minha atenção, foi divertido
Brincar e descansar sem compromisso.

As paredes também parecem se aquecer.
Tulipas deviam estar atrás das grades, como feras perigosas;
Elas se abrem como a boca de um grande felino africano,
E estou consciente de meu coração: ele se abre e se fecha,
Seu bojo vermelho viceja de total amor por mim.
A água que provo é morna e salgada, como a do mar,
E vem de um país distante como a saúde.



SYLVIA PLATH
Tradução: Rodrigo Garcia Lopes e Cristina Macedo
em ARIEL (Editora Verus, 2007)

domingo, março 01, 2009

"the music of poetry is the sound of sense coming to be in the world"
"... a música da poesia é o som do sentido devindo no mundo"
Charles Bernstein


a música da

poesia

é o som

do

sentido

devindo


no mundo



Trad. Rodrigo Garcia Lopes


Ríspido, o poente se despede,
recolhe os papéis
pioneiros.

Rochedos, passos rasos
trabalham no lento declive de trevos
na terra, agora que gira
sob nossos pés:

Logo estaremos dentro
da longa noite profunda.