quinta-feira, junho 26, 2008

PORÃO LOQUAX NESTA TERÇA FEIRA EM CURITIBA



Na próxima terça, dia 1 de julho, terça-feira, eu me apresento em Curitiba, dentro do projeto Porão Loquax (Wonka Bar, R. Trajano Reis, 326, fone 3026 6272, Curitiba), um espaço bacana capitaneado pela Ieda que eu tive o prazer de unaugurar há quase três anos. Vou estar (voz e violão) acompanhado de Rubens K (baixo) e Marcelo Chytchy (bateria) e vou apresentar músicas novas como "Vertigem ("Um Corpo que Cai)", "New York", "Betty Blue" e "Rito", (que vão estar no segundo CD) além de traduções como "O Navegante" (poema anônimo da tradição anglo-saxã, com mais de mil anos de idade), composições de seu disco Polivox (independente, 2001) e poemas inéditos.

Durante o show haverá o lançamento dos dois últimos números da revista Coyote (a R$10,00). Entre os destaques da revista Coyote 16 e 17 estão fotos de Boris Kossoy e desenhos de Carlos Carah, dossiês com o cartunista e desenhista Marcatti e com o romeno-americano Andrei Codrescu, inédito no Brasil. Coyote traz também traduções de Alejandra Pizarnik (Argentina) e Gertrude Stein (traduzida pela curitibana Luci Collin), revela para o público brasileiro os poemas do chileno Roberto Bolaño (Chile) antologia a poesia de Marcos Prado, e destaca, entre outros, os textos dos curitibanos Monica Berger e Rubens K.

SERVIÇO:

Porão Loquax com Rodrigo Garcia Lopes
+ lançamento dos números 16 e 17 da revista Coyote
Rodrigo Garcia Lopes: voz e violão
Rubens K: baixo
Marcelo Chytchy: bateria
Dia: 1 de julho, terça-feira, às 23 horas.
Local: Wonka Bar, R. Trajano Reis, 326, fone (41) 3026 6272
Entrada: R$1,99

A música " Vertigem" (UM Corpo que Cai) é uma das inéditas que estarei apresentando pela primeira vez.

VERTIGEM (UM CORPO QUE CAI)
Rodrigo Garcia Lopes

A escada em caracol que sobre pro céu
E uma mulher em pânico na torre

Quer se matar no mar do amor
Como Ismália
Não mora mais em sua memória
Nem em nenhum lugar

Mas ele a persegue
E a quer salvar

Mas a cada passo um zoom
O atordoa

Vertigem, vertigem, vertigem, vertigem

O filme volta atrás em busca do seu corpo que cai
Tempos depois a encontrará
na carne de outra tarde

Mas o mistério da mulher que o enlouqueceu de amor
ficou na torre a sonhar enquanto bebia o mar da

vertigem, vertigem, vertigem

segunda-feira, junho 16, 2008

Poetas mulheres que pensaram o século 20

Minha amiga Cleusa Gomes, junto com a professora e tradutora Regina Przybycien, lançam amanhã em Curitiba o livro Poetas Mulheres que Pensaram o Século 20, do qual participo com um ensaio e traduções da poeta americana Laura Riding. Até que enfim o livro está saindo. Pra quem estiver em Curitiba, fica o convite:

C O N V I T E
Lançamento do livro: Poetas mulheres que pensaram o século XX (e outros)
Editora da UFPR



Data:
17 de junho de 2008

Horário:
18:00 h

Local:
Sala de Eventos
2º andar do Edifício Dom Pedro II
Rua XV de Novembro, 1299
Curitiba- Paraná

quarta-feira, junho 11, 2008

COYOTE NO ESTADÃO

A intervenção artística na insensível realidade
Coyote, de Londrina, volta à carga lançando duas edições
Francisco Quinteiro Pires

Depois de comemorar 5 anos de existência na primavera do ano passado, a Coyote, revista de literatura e arte, de Londrina (PR), volta à carga em dois números: o 16 (edição de verão) e o 17 (edição de outono). Ambas têm 52 páginas e custam R$ 10. Podem ser compradas em livrarias. Mais informações no www.iluminuras.com.br ou no revistacoyote@uol.com.br. Os quatro editores da publicação - Ademir Assunção, Marcos Losnak, Maurício Arruda Mendonça e Rodrigo Garcia Lopes - acreditam que a poesia, a literatura e a arte como um todo não perdem a faculdade de causar abalos sísmicos na realidade. O poder de intervir no mundo está ligado à linha editorial da Coyote. O negócio é expandir horizontes ou comprometer a falta deles. Essa intervenção no real pode ser notada nas duas primeiras páginas da Coyote 17 que trazem uma afirmação do escritor mexicano Enrique Vila-Matas, autor de Bartleby e Companhia, valiosa como uma carta de intenções. 'Todos desejamos resgatar por intermédio da memória cada fragmento de vida que subitamente nos volta, por mais indigno, por mais doloroso que seja. E a única maneira de fazê-lo é fixá-lo com a escrita. A literatura, por mais que nos apaixone negá-la, permite resgatar do esquecimento tudo isso sobre o que o olhar contemporâneo, cada dia mais imoral, pretende deslizar com a mais absoluta indiferença.' A passagem do tempo, e o modo como é notada, também aparece na abertura da Coyote 16 que reproduz o ponto de vista de Alan Lightman, romancista e físico norte-americano, autor de Os Sonhos de Einstein. 'Muitos não acreditam que o tempo mecânico exista. Usam relógios de pulso apenas como ornamento ou como cortesia para com aqueles que acreditam ser instrumentos de medição de tempo um bom presente. Em suas casas eles não têm relógios. No lugar deles, ouvem a batida dos seus corações.' Luta-se na Coyote contra a indiferença e o esfriamento do coração dos homens. Os destaques da Coyote 16 são um ensaio de Jerusa Pires Ferreira sobre o poeta canadense Robert Melançon, chamado Os Signo e A Vida, e a entrevista com o quadrinista paulista Marcatti, autor de Glaucomix, feita por Ademir Assunção. Autora de Fausto no Horizonte e tradutora, Jerusa nota como esse escritor de língua francesa é capaz, a partir dos aspectos locais, de se inserir tanto na tradição como na modernidade, criando verdadeiras paisagens no papel em branco. Há a tradução de alguns poemas de Melançon pela ensaísta. Na entrevista O Bizarro Método da Podridão, Francisco de Assis Marcatti Jr., referência dos quadrinhos underground e chamado de George Bataille das HQs no Brasil, revela seus gostos e seu método disciplinado de criar: ele se baseia em gráficos e esquemas matemáticos para escrever suas histórias diariamente pela manhã. Quem vê seus traços pode imaginar a reverência a Robert Crumb ou Charles Bukowski, mas suas influências são Gilbert Shelton, Hunt Emerson, Wolinski, Ionesco, Sartre, Henry Miller.
Uma série de poesias, traduzidas por Rodrigo Garcia Lopes, do chileno Roberto Bolaño marca a edição de outono da Coyote. Como em Auto-Retrato Aos Vinte Anos, em que os quatro primeiros versos revelam algo sobre o estilo literário de Bolaño: 'Eu fui embora, tomei meu caminho e nunca soube/ até onde poderia me levar; Fui cheio de medo,/ meu estômago revirou e a cabeça zumbia:/ acho que era o ar frio dos mortos.' É de Garcia Lopes também a entrevista com o poeta romeno Andrei Codrescu, hoje radicado nos EUA, depois de fugir do stalinismo, e onde bebeu na fonte da contracultura, que até hoje o estimula no caminho da subversão.
O poeta e tradutor André Dick publicou uma pequena resenha sobre minha poesia na revista do Instituto Humanitás da Unisinos.

Linque aqui:

http://www.unisinos.br/ihuonline/index.php?option=com_destaques_semana&Itemid=24&task=detalhes&idnot=1107&idedit=21

segunda-feira, junho 02, 2008

MR. PARADISE (de Solarium)

MR. PARADISE


mr. paradise sai às ruas com
suas invisíveis roupas antes

aparentemente distraído agora
abaixa-se e toca uma

folha (qualquer coisa) vermelha
pensando ser outono ou tudo

aquilo que pensamos en-
quanto borboletas brincam

entre punks e turistas ELA
sorri como um céu sem nuvens

(sob um chapéu pensante
de abas quilométricas)

e a gente começa a seguí-la
enquanto humildemente acena para

jardineiros & floristas





Rodrigo Garcia Lopes
Londres. Soho. 12 de junho de 1984