
Se rigores se desfazem como espumas
  e pássaros não recordam seus registros
  como siderar o mar, idéia que se esfuma
  sem a menor ponta de remorso,
  marcas de luta, porradas, ou mesmo isto?
   
  
Ver só começa no instante
  em que (sem deixar pistas)
  A razão tira seu óculos e
  seu anti-sol cega nossas vistas.
   
  
O sublime não é nada
  a literatura nada é
  —   e pode ser patética, até —
  se não for um olhar
  que transforme a paisagem
  em floresta significativa.
   
  
Não experiência “lida”,
  mas percebida 
  “crítica da vida”
   
  
no que a brisa confirma
  a todo tempo
  em seu épico de gestos 
  sutis, como quem, insistente,
  um império conquista.
   
   
   Rodrigo garcia Lopes (em Visibilia, Travessa dos Editores, 2005)
   
   
 
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