sábado, fevereiro 24, 2007

4 POEMAS DE JIM MORRISON




Um homem varre folhas

e as amontoa, em pilhas, no quintal

& se apóia em seu rastelo &

queima tudo.

O perfume enche a floresta

crianças param & atentam para

o perfume que um dia

vai virar nostalgia.



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Explosão de pássaros

Aurora

Sol acaricia os muros

Um velho sai do Cassino

Um jovem lendo pára

A caminho de um jardim



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O Medo é uma varanda onde ventos

escorregam pelo Norte

Um rosto na Janela que

vira uma folha

Águia intuindo seu desastre

Mas pairando com charme sobre

Um coelho brilhando na noite.



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Essa é minha floresta


Essa é minha floresta

mar de arames.

Esse bando de visão

é minha chama.

Essas árvores são pessoas,

os engenheiros.

Uma tribo de caipiras

em seu domingo de folga.


Deuses -- os diretores,

Câmeras, centauros

gregos na grua,

deslizando c/ graça

silenciosa e móvel.


Em minha direção --

um palhaço saltitante

No imenso olho do

Sol.


Grande perigo ali,

dobra de coxa.

O dedo vingador --

senhor.



JIM MORRISON

Tradução: Rodrigo Garcia Lopes

3 comentários:

Dani Morreale Diniz disse...

são ótimos!!!!!

sandro so disse...

Rodrigo, gosto da música dos Doors, mas sempre achei os poemas do Morrison meio irregulares. No entanto, que belo poema este último por vc traduzido!!!!!! Um primor esse mix de pensamento mágico e mundo tecno-moderno: ele fez muito bem o dever de casa dos poetas modernos que prezam esse nome.
Abraço e longa vida,
Sandro

MaicknucleaR disse...

Belas traduções!