fonte: O Estado de São Paulo | 14 de outubro de 2007 |
RODAPÉ (2)
Arte feita do drama autobiográfico foi também a da americana Sylvia Plath, cujo melhor livro de poemas, Ariel, acaba de ganhar ótima tradução de Rodrigo Garcia Lopes e Maria Cristina Lenz de Macedo (Verus Editora). O original em inglês é estampado em fac-símile dos manuscritos originais, digitados em máquina de escrever, e isso resulta num efeito interessante. Ler sua poesia é realmente como flagrar uns papéis na gaveta de uma mulher, como um diário íntimo elevado à condição de arte pela força de suas imagens (“Nada a fazer com este lindo vazio a não ser poli-lo”, “Eu me reviro em minha bainha de impossibilidades”) e um tom que, por mais deprimido, por mais cansativo de tão lúgubre, sempre soa como um pedido de salvamento.
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