Nocauteando celebridades disfarçadas de pingüins
Monitorando a muvuca das transações e trapaças alpinistas
Serpenteando entre escadarias cravejadas de citações
Chutando o balde do crepúsculo com o bebê da aurora dentro
Chegando firme na dividida com a mentira, pisando o calo da calúnia
Colecionando estoques de paciência e delatores pederastas
Beliscando morenas de fiberglass e pixels de altíssima definição
Pegando marqueteiros pela orelha, levando o bispo milionário pelo pescoço
Mostrando seu catálogo de golpes de jiu-jítsu para web designers
Apavorando editores de moda com crucifixos de merda
Partindo pra ignorância pra cima das floriculturas
Esfaqueando a manhã e as boas intenções com sua adaga afiada
Pulverizando jogadores de genoma e modelos chipadas
Dando geral nos arquivos adulterados dos tribunais de justiça
Assaltando pipoqueiros metafísicos e banqueiros artistas de fim de semana
Distribuindo pirulitos de ácido para críticos literários
Arrebentando a boca da razão com denúncias inconseqüentes
Estrangulando docemente a tarde carregada de câmeras de vídeo & trance music
Pregando a irresponsabilidade fiscal, e anthrax para todos,
Rifando o shopping lotado de idéias fixas com um grito de jihad
O homem-bomba entra no poema.
(De Nômada, Lamparina, 2994)
4 comentários:
Já que você declarou aberta a temporada de caça, me apresento como voluntário para esta guerra santa.
Viva quem coloca a bomba.
E viva quem a desmonta.
Grande abraço
Beco
Grande Roberto, às armas, então!
abraço
Bom ver que abriu uma janela no mundo virtual.Uma pena, estou deixando de entrar pela janela. (O Nômada é um livro à frente de seu tempo, hein, vai ser publicado daqui a mil anos).
Responde no blogue www.micropolis.blogspot.com, é mais fácil ver a resposta.
Beijinho
oi marilia! pois é, demorou mas sucumbi. um beijo, rodrigo
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