Que um beijo nos transe
Outro ser, além, nos dance
Onde a memória não alcance
O abismo do fim e seu lance.
Que este beijo não seja o bastante
Nem que me despedace
Olho do sol que franze
E que nos sangre
(O medo desse querer
Caminhos rompendo o éter
Da dor, polidor, refém
Do milagre de ser
Outra pessoa e alguém.)
Que química imita
A raiva do seu amor?
Que física duplica
Essa faísca de horror?
Que se apaguem
Nossos erros e motivos —
Toda lágrima consagre
Apenas estar vivo,
Este milagre.
(De Nômada)
3 comentários:
Caro Rodrigo, finalmente poderei ler teus poemas. Já tinha visto alguns "na virada do século" e nos "12 poetas de londrina".Além da maravilhosa tradução das Iluminuras de Rimbaud. Um grande abraço,
Nelson Magalhães Filho.
oi nelson, beleza? estarei postando inéditos, antigos, traduções, comentários. resisti o quanto pude, mas tive que me render ao mundo internético, que é uma forma interessantissima de publicação. abraço, rodrigo
Bem vindo Rodrigo,ainda bem que voce se rendeu!Abraço
Postar um comentário