No rosto das sombras arrecio, spray, salito.
Espaço maciço e sem estrelas, presença no avesso
de si mesma, fulgor de ossos, unipensamento.
Sefiras ardem em vazios — névoa muezin
dobra-me e
se me-
dita. Nossos gestos sobrepostos escapam
(emblema de instantes).
A praia rege ondas com seus acenos de ventos,
sua corola ocular:
áspero, acre olor de enquanto.
Rastilho de vagalumes acesos (ao tocá-los).
O movimento queima.
O arder do corpo impermanece. Dispara
no som que bebe o estampido rouco (eco)
de sua imagem (sem sentido). O corpo, nomádico,
imprime lucilâncias
no ombro do Céu, asceta.
Rodrigo Garcia Lopes (Visibilia, Travessa dos Editores, 2005)
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