terça-feira, maio 26, 2009

poema de NÔMADA (Rodrigo Garcia Lopes)



De leve, neste banhado em abril,

a paisagem nos descreve

arroios são rios


de planície

parecem não se mover


distância aquarelada

contornos adensando

enquanto chuva arrefece


pago arenoso do agora

faces, não-superfícies


o sabiá afia seu bico

no arame farpado

pensando


precisa descer

de seu altar de vento


precisa caminhar

na relva revelada





Rio Grande (2002)

Um comentário:

Adrianna Coelho disse...


precisa descer de seu altar de vento
precisa caminhar na relva revelada


quando li esse poema no Nômada, fiquei encantada com esse final...
adoro esse poema! bem, adoro o livro!

beijos, rodrigo