domingo, julho 17, 2011

Final de Song of Myself (Canção de Mim Mesmo", de Walt Whitman. Tradução: Rodrigo garcia Lopes)



O falcão pintado dá um rasante sobre mim e me acusa ....reclama de minha conversa fiada, minha preguiça.
 

Também não sou facilmente amestrável ....também não sou facilmente traduzível,
 

Solto meu grito bárbaro sobre os telhados do mundo.
 

As últimas nuvens do dia se demoram por mim,  
Lançam minha semelhança sobre o resto, fiel como todas na selvas sombrias,
Me incitam pro vapor e pro crepúsculo. 


Vou-me feito vento ....agito meus cabelos brancos contra o sol fugitivo,
Esparramo minha carne em redemoinhos e a deixo flutuar em retalhos rendados. 


Me entrego à terra pra crescer da relva que amo,
Se me quiser de novo me procure sob a sola de suas botas. 


Vai ser difícil você saber quem sou ou o que estou querendo dizer,
Mas mesmo assim vou dar saúde,
Vou filtrar e dar fibra a seu sangue.
 

Não me cruzando na primeira não desista,
Não me vendo num lugar procure em outro,
Em algum lugar eu paro e espero você.







WALT WHITMAN (fim de "Canção de Mim Mesmo",
Tradução Rodrigo Garcia Lopes (De Folhas de Relva, Iluminuras, 2005)

Um comentário:

M.V. disse...

Muito bom o poema e a tradução, do caralho, com perdão da palavra. Rolou uma confraternizaçãozinha dos monitores da Walt Withman Week essa semana e eu apareci por lá (apesar de não ter sido monitor), muitos elogios do seu small group discussions. Parabéns ae, cara, e vê se volta pros lados de cá em breve.