Traduzir o outro no assombro
da palavra terrível, sombra
num muro cujos signos escombros
reportam-nos a outros, Solombra.
Cair por terra, diante de si,
onda que desmorona seu ser
delírio de Gauguin no Taiti
vertigem do não reconhecer
o que nós mesmos concebemos:
como vozes trazidas por um rito
aparição de vida no que vemos
livro dos mortos do Egito
Um aqui sem ninguém, agora
pleno de talvez, sem imagem
a paralisar a magia da flora:
verbo que faz de si sua paisagem.
Rodrigo Garcia Lopes (em Nômada, lamparina, 2004)
Um comentário:
que bonito. "No começo, era o Verbo".
Bacana o blog, parabéns!
Abraço.
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