Beduína
teu corpo negro
é meu coração do avesso
onde me entrego, grego,
às iluminuras do desejo
e onde vejo, ensaio
o poema de todas as vozes
tua voz-raiz
viça, filtra, beduína
todos os ritmos do transe
odres de absinto
tantos matizes
tua alma branca
gema negra e perfeita
é minha mente ereta
quando sou raptado
das prosas da razão
às proezas dos sentidos
onde cego num oásis em meio às luzes
rogo tudo que forem capazes:
banho-me na tempestade.
Rodrigo Garcia Lopes (In Nômada, Lamparina, 2004)
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