segunda-feira, dezembro 04, 2006

SPIRITUS MUNDI

A voz toca no ventre da aceleração. No Museu do Dia objetos ecoam na tatuagem da memória de seus habitantes. Abduzido, o olho humanimal é de um metal necrosado e devorador, racimo de genes durante a pressurização. Clareiras. A matriz translúcida como presença de religare, tigre de Lascívia e sua dança filosófica. A estrada do tato. Ilhas femininas. Dentro e fora comercializam artigos baratos e tapetes persas onde me encontro: a escrita de luz nas costas da jovem gueixa dispersa, um continente feito de blocos moventes e piscantes de gelo. Atraquei consoantes, com cimitarras certeiras, e nada. Alguém aumentando o volume da mata. Os nômades olharão para trás: enxergaram a avalanche em sua direção, nada que um leque não possa indicar, um tiro de alguém. A captura se dá a caminho, com nossas presas embrulhadas em tecido de tule, quase transparentes. Na fuga, quase sem saliva, a aranha deixa seus hóspedes de cera para exposição em Lexotan, enquanto contorcionistas regem o vento com um manual de hermenêutica. É preciso reconhecer as trilhas jesuítas, marca d´água revelando ruínas, musgos e brotos em densidade alvoroçada, proliferante, uma imagem de mundo que não reflete nossa mente, mar entrando em surto. O lugar de onde você veio é tão distante que pode muito bem ser aqui.

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