quinta-feira, dezembro 04, 2008



SEM SOM
esquecida em seu
refúgio de

sombras úmidas
de cuja seiva espessa
sobrevive

alguma coisa miúda,
muda, num
ramo qualquer

onde possa se
sentar
— ela nos espreita

hesita, pressente,
espera-nos passar
(até razão
estar ausente)

para que recomece
segura

a cigarra



Rodrigo Garcia Lopes (em Solarium)

Nenhum comentário: