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"Storm the Reality Studio, and retake the universe" ("Assaltem o Estúdio Realidade, e retomem o universo") WILLIAM S. BURROUGHS
sexta-feira, agosto 29, 2008
POEMAS DE ROBERTO BOLAÑO NO CRONÓPIOS
http://www.cronopios.com.br/site/poesia.asp?id=3488
Leitura em Asheville
Amanhã estarei lendo meus poemas (em inglês) na bela cidade de Asheville, no pé das Montanhas Apalaches, junto com Magdalena Zurawski e Brian Howe. Vou postar fotos do evento aqui, que está sendo organizado pelo poeta Chall Gray. Um dos poemas que vou ler, nos meus 15 minutos, será este, de Nômada, traduzido por mim:
OSTRANENIE, a road poem
Taken by the strange logic of the age
I ask a lift from the family of hippies
That has for as its strangest hobbies
To not tell the hours, just the cuckoos,
To exchange kisses as if exchanging blows,
To curse like a band of sailors,
To get hit in the face assuming it is a hiccup.
They ask my nose if we are close,
Erase landscapes, eat sausages,
And then talk talk talk as a mad sect
Until they are without voice and subject.
I get off, in an old Russian village.
Incidental Reading series
8:00 p.m., 8/30/2008
186 Pisgah View Rd.
Asheville, NC 28806
quarta-feira, agosto 27, 2008
QUASE TOUCHDOWN
segunda-feira, agosto 25, 2008
PIN DUCA
Chova ou faça sol, sofra pedrada ou perseguições, seja boicotado ou marginalizado por editoras e jornais, ele não desiste de dizer o que pensa. Além disso, tem escrito poemas contundentes e furiosos e acabou de finalizar três livros (um de entrevistas brilhantes que ele fez ao longo de sua carreira de jornalista, outro de ficção e mais um de textos que escreveu para jornais). Está correndo há meses atrás de editoras e ninguém se atreve a editar. Ele não desiste, e é bom que não desista mesmo. Ele agora publicou um texto oportuno cuja leitura eu recomendo, além do seu blog Espelunca: Quem é que Paga por isso, sobre feiras de literatura e os bastidores literários. Valeu, Pinduca!
Link aqui:
http://www.cronopios.com.br/site/artigos.asp?id=3461
LUPE (poema de Roberto Bolaño)
Trabalhava na avenida Guerrero, a poucas quadras da casa de Julián
A lembrança a fazia chorar naquele quarto do hotel Trébol,
espaçoso e escuro, com chuveiro e bidê, o lugar ideal
para se viver por alguns anos. O lugar ideal para escrever
um livro de memórias apócrifas ou um ramalhete
de poemas de terror. Lupe
era magra e tinha as pernas compridas e manchadas
como as dos leopardos.
A primeira vez nem sequer tive uma ereção:
tampouco esperava ter uma ereção. Lupe falou de sua vida
e do que era a felicidade para ela.
Depois de uma semana voltamos a nos ver. Encontrei-a
numa esquina junto com outras putinhas adolescentes,
apoiada nos paralamas de um velho Cadillac.
Acho que ficamos felizes em nos ver. A partir de então
Lupe começou a me contar coisas de sua vida, às vezes chorando,
às vezes trepando, quase sempre pelados na cama,
olhando o céu raso de mãos dadas.
Seu filho nasceu doente e Lupe prometeu à Virgem
que largaria sua profissão deixaria se seu bebê sarasse.
Manteve a promessa por um mês ou dois e logo teve que voltar.
Pouco depois seu filho morreu e Lupe dizia que a culpa
era dela por não comprir o prometido à Virgem.
A Virgem levou seu anjinho por sua promessa não cumprida.
Não sabia o que lhe dizer.
Eu gostava de crianças, claro,
mas ainda faltavam muitos anos para que soubesse
o que era ter um filho.
Por isso ficava quieto e pensava em como era estranho
o silêncio daquele hotel.
Ou tinha as paredes muito grossas ou éramos os únicos ocupantes
ou os demais não abriam a boca nem para gemer.
Era tão fácil lidar com a Lupe e sentir-se homem
e sentir-se um infeliz. Era fácil acompanhar seu
ritmo e era fácil ouví-la se referir
aos últimos filmes de terror que havia visto
no cine Bucareli.
Suas pernas de leopardo enlaçavam meus quadris
E afundava sua cabeça no meu peito procurando meus mamilos
ou o latido do meu coração.
É isso o que eu quero chupar, me disse uma noite.
O que, Lupe? Seu coração.
ROBERTO BOLAÑO
TRADUÇÃO: RODRIGO GARCIA LOPES
quinta-feira, agosto 21, 2008
Satori Uso será exibido na Grécia
quarta-feira, agosto 20, 2008
PARA UM JOVEM POETA (POEMA DE ANDREI CODRESCU)
PARA UM JOVEM POETA
Então poesia
arrá, lá vem
eu escrevo
quero publicar
sou do rebanho novo
fui ensinado
na escola por muitos
renomados poetas
todos eles grandes
mediocridades & agora
quero colocar minha auto-
consciência para ser usada
por você de modo que
você possa me indicar para prêmios
auxílios fama & então talvez
você possa ligar pra minha mãe
& dizer sim ele fez alguma coisa
de si mesmo ele é um poeta
& daí se você publicar um
livrão de poemas eu vou ler
um ou dois & então vou te dar
meu livro de poemas & dar
minha aprovação relutante em nome
do rebanho novo mesmo que estejamos
perdidos & ninguém se importe
se vivemos ou morremos & se nossos
web sites continuam sem serem visitados
talvez precisem de mais sexo
muito disso tem a ver com a porra
da sua geração que teve tudo mais
egos pra competir & odiamos você
mesmo aqueles dois poemas que eu não
acabei do seu novo grande livro
livros livros estão mortos você
não sabia?
TO A YOUNG POET so poetry / aha they go / I write it / I want to publish it / I am the new flock / I have been taught / in shool by many / renowned poets / all of them great / mediocrities & now / I want to put my self- / consciousness to use / by you so you can / recommend me for prizes / grants fame & then maybe / you can call my mom / & say yes he made some- / thing of himself he’s a poet / & then if you publish a big / book of poems I’ll read / one or two & give you my / begrudging approval in the name / of the new flock even though / we are lost & nobody cares / if we live or we die & our / web sites go unlogged on / maybe they need more sex / the sex we are not having / much of because your fucking / generation had it all plus / egos to match & we hate you / even those two poems I didn’t / quite finish from your big new / book books are dead don’t / you know it
ANDREI CODRESCU
TRADUÇÃO: RODRIGO GARCIA LOPES
De It Was Today (Era Hoje)
MAIS CODRESCU NA EDIÇÃO NÚMERO DA REVISTA COYOTE (NÚMERO 17)
quarta-feira, agosto 13, 2008
segunda-feira, agosto 11, 2008
Epigrama de MARCIAL
O que faz a vida ser mais feliz,
velho amigo Marcial, são essas aqui:
herança ganha sem trabalho
safras que não cessam, fogo sempre aceso,
nada de lei, nada de toga, mente quieta;
corpo viril e com saúde;
franqueza com tato, gente inteligente,
convidados com humor e mesa farta,
noites sóbrias mas livres de problemas,
uma cama casta sem ser pudica,
dormir o bastante para abreviar as trevas:
estar feliz com o que se é, não ter medo
do último dia, nem ficar esperando-o.
Vitam quae faciunt beatiorem, / iucundissime Martialis, haec sunt:/ res non parta labore sed relicta; non ingratus ager, focus perennis; / lis numquam, toga rara, mens quieta; / vires ingenuae, salubre corpus; / prudens simplicitas, pares amici, / convictus facilis, sine arte mensa; / nox non ébria sed soluta curis, / non tristis torus et tamen pudicus; / somnus qui faciat breves tenebras: / quod sis esse velis nihilque malis; / summum nec metuas diem nec optes.
MARCIAL
Tradução: Rodrigo Garcia Lopes
quarta-feira, agosto 06, 2008
EVIVA PAT!!
http://www.youtube.com/watch?v=EN7YHbQjwjo#
terça-feira, agosto 05, 2008
CANÇÃO DAS MUSAS
domingo, agosto 03, 2008
Robert Creeley (trad RGL)
Edenic land, Adamic person —
Foolishness is the price you´ll have to pay
For such useless wisdom.
Robert Creeley (trad. RGL)