domingo, maio 04, 2008

COYOTE ATACA EM DOSE DUPLA (LANÇAMENTO)

Poucas coisas me dão tanto prazer quanto editar, com Marcos Losnak e Ademir Assunção, a revista Coyote. Que já entra no seu sexto ano de existência. Wallas. Nos conhecemos desde 1982. Uma porrada de tempo. E a revista só dá certo porque temos, apesar das diferenças, afinidades de uma vida toda. Na Coyote texto a texto é discutido, e o que se fareja é sua qualidade e potência (e não do verniz de seu autor). Com abertura a todas as épocas, diálogo com outras culturas e poéticas. De Marcelo Mirisola a Li Tai Po, de Claudio Daniel a Charles Bukowski, de poesia nômade a Gertrude Stein, de poetas "language" como Rosmarie Waldrop a Mário Bortolotto ou Horácio Costa.

Seis anos.

Uma marca nada desprezível para revistas independentes, “fora do eixo", e editadas na raça como esta. Na verdade, às vezes nem sei como ainda conseguimos. Apesar de tudo, editar a Coyote tem sido um trabalho de guerrilha ligeira, daquelas cada vez mais necessárias. A Coyote nunca se filiou a grupos, panelas, nunca adotou a tática do compadrio, nunca se fechou em torres de marfim de arrogância, sempre recusou fazer a tática de silenciamento ou de trocas de favores. Procurar autores novos nem é missão, é obrigação numa revista deste tipo. Posso dizer, como editor, que a revista sempre primou pela qualidade, pela diversidade, mas tamb;em sempre procurou discutir esta diversidade, sem a qual nenhum ecossistema sobrevive. Foram mais de 200 autores, de diversas partes do Brasil, das Américas e do planeta, publicados nesses anos. Poetas, prosadores, tradutores, ensaístas, críticos, fotógrafos, desenhistas, cartunistas, pensadores, estetas e malucos. Uma aventura e tanto. Agora acabam de sair dois números simultâneos. Divirtam-se, enquanto é tempo.



16 VEZES COYOTE

A 16a edição da revista de literatura e artes traz ensaio fotográfico de Boris Kossoy, traduções de Alejandra Pizarnik (Argentina) e Robert Melançon (Canadá), dossiê com o cartunista Marcatti, antologia de poemas de Marcos Prado, contos de Nelson de Oliveira e Miguel Sanches Neto, além de poemas de Nelson Sato

A revista independente Coyote, editada em Londrina (PR) e patrocinada pelo PROMIC (Programa Municipal de Incentivo à Cultura) traz em seu 16º número um dossiê com o quadrinista paulistano Marcatti (autor de gibis como Lodo, Mijo, Refugo, Prega, Ventosa e Frauzio). Em entrevista a Ademir Assunção, ele revisita sua carreira, fala sobre seu processo criativo, de escatologia, e da parceria com Glauco Matoso em Glaucomix.

Coyote traz textos de uma das mais importantes poetas latino-americanas do século 20, a argentina Alejandra Pizarnik (1936-1972), traduzidas por Ana Maria Ramiro, e do poeta contemporâneo canadense Robert Melançon (introduzido e traduzido pela professora Jerus Pires Ferreira).

O número presta homenagem à obra poética de Marcos Prado (1961-1996), com uma mini-antologia de sua obra em apresentação de Thadeu Wojciechowski, que escreve: “Prado é destes poetas que tiveram a coragem (ou imprudência?) de impregnar a chama eterna da poesia que tanto amava com os fragmentos descartáveis da vida”.

A edição também traz capa e um ensaio assinados pelo fotógrafo e historiador de fotografia Boris Kossoy, com suas cenas insólitas e enigmáticas. Como escreveu Vasco Granja, "Kossoy é um observador atento da realidade - que transforma, segundo a ação de René Magritte, o mestre que o inspirou indelevelmente, em imagens trágicas dominadas pelo terror das condições mais degradantes que o homem impõe a si e aos outros".

Presentes nesta edição estão também poemas de Adalberto Müller e Nelson Sato, além de prosas inéditas de Nelson de Oliveira e Miguel Sanches Neto. E, como se tornou recorrente nas edições da revista, a contracapa traz o cartum irreverente de Beto, com o Movimento Contra o Loteamento do Céu.

COYOTE é uma publicação da Coyote Edições, editada por Ademir Assunção, Marcos Losnak, Maurício Arruda Mendonça e Rodrigo Garcia Lopes. Projeto gráfico de Marcos Losnak. Tem periodicidade trimestral e distribuição nacional (em livrarias) pela Editora Iluminuras. Tiragem de 1 mil exemplares.

COYOTE 16 // 52 pgs. // R$ 10 Uma publicação da Coyote Edições

Vendas em livrarias de todo o país ou pelo site: www.iluminuras.com.br

email: revistacoyote@uol.com.br / rgarcialopes@gmail.com / Fone: (43) 3334-3299 – Londrina.: revistacote@uol.com.br

PATROCÍNIO: PROMIC - PROGRAMA MUNICIPAL DE INCENTIVO A CULTURA – SECRETARIA MUNICIPAL DE CULTURA – PREFEITURA MUNICIPAL DE LONDRINA (PR)






Coyote espreita Codrescu, Bolaño & cia em novo número


Entre os destaques da revista de literatura e artes estão dossiê com o escritor, poeta e ensaísta Andrei Codrescu (Romênia, 1946), poemas do chileno Roberto Bolaño, mais conhecido como prosador, a poesia de Fernando Karl e Veludo Negro, uma mini-antologia com seis jovens poetas brasileiras. Também traz o desenho de Carlos Carah, traduções de Gertrude Stein e as prosas à margem de Ricardo Carlaccio e Rubens K , entre outros

“A ironia me parece um poderoso artefato para desativar a realidade. Agora vejamos, o que acontece quando vemos algo que tínhamos visto, por exemplo, numa fotografia e de repente vemos de verdade? É possível ironizar sobre a realidade, não crer nela, quando estamos vendo algo que é verdade?”. É sob o espírito desta citação de Enrique Vila-Matas, editorial do número 17, que Coyote, revista de literatura e arte editada em Londrina (PR), chega a seu décimo-sétimo número, depois de ter publicado quase duzentos autores (escritores, fotógrafos, ensaístas, tradutores do Brasil e de diversas partes do mundo).

Um dos destaques do número é o dossiê “Caçador de Diferenças”, com o escritor Andrei Codrescu (Romênia, 1946), inédito no Brasil, em entrevista feita a Rodrigo Garcia Lopes, além da tradução de quatro capítulos de seu livro (prosa) Zoombification, traduzidos por Kátia Hanna. Como escreveu Lawrence Ferlinghetti, "Codrescu sempre dá um jeito de criar um desejo ardente pelo que é subversivo — algo extremamente necessário nesses tempos de ‘fascismo amistoso’”.

Coyote 17 também apresenta os poemas do escritor chileno Roberto Bolaño (1953-2003), mais conhecido como prosador. Sua carreira meteórica foi marcada pela fundação do movimento mexicano infrarrealista nos anos 70. Apesar de mais conhecido como romancista (Os Detetives Selvagens, 2666, De Noite no Chile, entre outros), Bolaño era uma espécie de poeta da prosa, tendo publicado dois volumes de poesia: Los Perros Románticos e La Universidad Desconocida.

A nova ficção brasileira também está presente no número com os textos de Rubens K. E Ricardo Carlaccio.

A modernista norte-americana Gertrude Stein (1874-1946) traduzida e apresentada por Luci Collin, é também um dos carros-chefes do número, que traz ainda a antologia Veludo Negro: uma seção que mostra a força poética de seis jovens autoras brasileiras: Ana Rüsche, Bruna Beber, Izabela Leal, Lígia Dabul, Luana Vignon e Monica Berger,

O desenhista Carlos Carah também mostra seus traços, num número que tem ainda poesia visual de Vinícius Lima e poemas de Fernando Karl. Na Contracapa, o Movimento Contra a Lei Seca.

COYOTE é uma publicação da Coyote Edições, editada pelos poetas Ademir Assunção, Marcos Losnak, Maurício Arruda Mendonça e Rodrigo Garcia Lopes. Projeto gráfico de Marcos Losnak. Tem periodicidade trimestral e distribuição nacional (em livrarias) pela Editora Iluminuras. Tiragem de 1 mil exemplares.

COYOTE 17 // Outono 2008 // 52 pgs. // R$ 10 Uma publicação da Coyote Edições.

Vendas em livrarias de todo o país ou pelo site: www.iluminuras.com.br

email: revistacoyote@uol.com.br e rgarcialopes@gmail.com Fone: (43) 3334-3299 – Londrina.: revistacote@uol.com.br

PATROCÍNIO: PROMIC - PROGRAMA MUNICIPAL DE INCENTIVO A CULTURA – SECRETARIA MUNICIPAL DE CULTURA – PREFEITURA MUNICIPAL DE LONDRINA (PR)

5 comentários:

Micha disse...

Parabéns! Bem sabemos como é dificil atingir os 16 no Brasil!

Anônimo disse...

Acompanho a revista desde seu lançamento na Biblioteca Pública de Londrina. Tenho todos os números, embora confesse não ter lido tudo de cabo a rabo. A revista tem o grande mérito de apresentar escritores, desenhistas, fotógrafos etc. Meus parabéns. É muito bom saber que ainda está de pé e provocativa. E parabéns pôr colocar o ensaio de Kossoy. Já li alguns livros dele. São muito bons.

Anônimo disse...

oafogado.blogspot.com/
todos meus livros lá.
abraço.

Anônimo disse...

rodrigo, parabéns a vocês todos!
v(u)iva coyote!
abrações

Linaldo Guedes disse...

rodrigo, cara, parabéns pelos seis anos da revista. sei muito bem como é difícil editar nos tempos de hoje. a coyote é uma das melhores em circulação no país. parabéns a vc, ao ademir e ao losnak. abraços