"Storm the Reality Studio, and retake the universe" ("Assaltem o Estúdio Realidade, e retomem o universo") WILLIAM S. BURROUGHS
sábado, setembro 28, 2013
terça-feira, setembro 24, 2013
terça-feira, setembro 10, 2013
NOTURNO (poema de Rodrigo Garcia Lopes)
imagem: warren harold
A gente nunca sabe
saber a mente sempre
intui que seja breve
mesmo que seja a chave
enquanto a mesma febre
conclame à alma acabe
e assim a gente lembre
que negra é a cor da neve
Rodrigo Garcia Lopes.
Poema de "Estúdio Realidade" (7 Letras, 2013)
domingo, setembro 08, 2013
PASTORAL (Poema de Rodrigo Garcia Lopes / Em Estúdio Realidade / 7 Letras 2013)
PASTORAL
A eficiência empresarial e o gerenciamento de produtos têm sido umas
das marcas de nosso empreendimento.
Você deve estar brincando.
Reflexos de carros se espreguiçam como gritos.
Mesmo?
Pelo menos uma chance de que nuvens nos distraiam e deem as caras com
uma contraproposta plausível para a ampla variedade de profecias.
“Os viajantes não têm pressa de entregar as encomendas”.
Eixo peixe fonte luz reflexo
pixel.
O arvoredo bêbado de cor.
“Por rios digitais celulares bipam madrigais”.
Apesar da silhueta de seu ombro se definir, enfim, entre sonho e
devir.
Então de novo a janela, surpresa, natureza-morta.
E havia o vento, subentendido, um figurante.
A ação estava concentrada em detectar detalhes.
Em Solombra aprendera a arte das sombras.
Quanto aos jornais, notícias velhas como uma tela de plasma, absorviam
a morte pelos quatro cantos da Rede Sky.
Antenas da roça enferrujam, ideogramas dormindo na luz outonal.
Púrpura até que é uma, mas primeiro você precisa saber do solitário
sabor.
Onde o olho pousa é sempre um deus, um dia, ou dois.
Direitos reservados com antecedência para atividades ilícitas.
Você está certo, a ilusão
do ponto de fuga retardou
o surgimento de novos paradigmas. Mas
arquitetos chineses
não desistem jamais de sonhar
suas borboletas estruturas.
Aurora de sangue, um default nas mãos do mundo
Enquanto signos piscam de premonição, já ausentes de
Deus ou de qualquer textura. Neste lugar
nomes desertam
do mesmo modo como a água sequestra
as árvores nas margens, percebe?
E ainda é domingo.
Pastoral de Outono (François Boucher)
quarta-feira, setembro 04, 2013
RIME (poema de Rodrigo Garcia Lopes)
RIME
You are
the music while the music lasts.
T.S. Eliot
Nessa linguagem lenta eu
tatuo
Nada e tudo o que não suo:
Não solitude, mas um duo.
E não é banal o que
persegue essa rima
Que ecoa, pássaros, no ouvido da fala.
Não está na sala, mas um andar acima.
Irmã do ritmo, nunca fuja de mim,
Eu a quero surpreendendo sempre
E acontecendo mesmo onde não existe.
Reitera sua verdade, música do pensamento,
Revela pelo milagre do deslumbramento
E não fica só um só momento.
Se você é incapaz de
ouvi-la, e se
Juntas não formarem acordes deve ser
Porque não a traz dentro de você.
É isso: ela é um acorde,
Um beijo de coisas, a tarde
Traduzindo-se em jade.
Como rimam ao se repetirem
Lua e lago, ou os olhos de quem
Nos mira agora, de amor refém.
Você não pode perder.
Isso ecoa simples até não poder.
Quando for ver já está pensando você.
Rodrigo Garcia Lopes.
Poema do livro "Estúdio Realidade", 7 Letras, 2013.
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