"Storm the Reality Studio, and retake the universe" ("Assaltem o Estúdio Realidade, e retomem o universo") WILLIAM S. BURROUGHS
terça-feira, maio 28, 2013
terça-feira, maio 07, 2013
CANÇÕES DO ESTÚDIO REALIDADE / ILUSTRADA / FOLHA DE S. PAULO
28/04/2013 - 02h31
São tantos os pontos de contato entre música e literatura quanto as incursões dos expoentes de cada ramo no terreno alheio.
Exemplo dessas empreitadas não faltam e delas saltam nomes que vão de Leonard Cohen a Chico Buarque, de Alex Kapranos a Vitor Ramil.
"Canções do Estúdio Realidade", segundo disco do poeta paranaense Rodrigo
Garcia Lopes, que será lançado com show hoje, em São Paulo,
é mais um fruto desse entremeio.
A começar pelo título da obra, uma referência ao verso "assaltem
o Estúdio Realidade/ e retomem o universo", do poeta americano
William S. Burroughs (1914-1997), que Garcia Lopes conheceu
pessoalmente em 1991, quando o visitou nos EUA.
Em 12 faixas com letras de veio poético, o artista tece uma ode
à canção com arranjos melodiosos e que tomam forma híbrida
de jazz e MPB, acentuada pela formação da banda, que tem baixo
acústico, piano, bateria e violão.
LETRAS E MELODIAS
A ligação entre os dois ofícios é antiga. O poeta, que já lançou
sete livros e traduziu outros tantos, aprendeu a tocar violão
aos 11 anos e lançou em 2001 o disco "Polivox".
"Acompanhei, nos anos 1980, o que ficou conhecido como
'vanguarda paulistana', que tinha boa parte dos pés fincada
em Londrina (PR) [onde vive]", disse à Folha ele, que conviveu
com Arrigo Barnabé, seu conterrâneo, e tem entre os parceiros
a cantora Neuza Pinheiro.
Garcia Lopes também foi próximo do poeta Paulo Leminski
(1944-1989), outro que desarranjou as fronteiras entre música
e poesia, e de quem musicou versos.
E cita também o músico Luiz Tatit ao chamar de "a tentação da
canção" o desejo de um poeta de unir as duas coisas.
"Poesia é a música da linguagem verbal", diz, acrescentando
a importância da sonoridade das palavras no processo criativo
de suas músicas e de seus poemas.
Sobre a eterna discussão se letras de música podem ser
considerados obras poéticas, Garcia Lopes resolve com uma
equação simples: "Se uma canção se sustentar no papel, é um
poema. Se o poema não se sustentar cantado, não é canção".
ESTÚDIO REALIDADE
ARTISTA Rodrigo Garcia Lopes
GRAVADORA independente
QUANTO R$ 25
LANÇAMENTO hoje (28), às 18h, Sesc Belenzinho
(r. Padre Adelino, 1.000; tel. 0/xx/11/2076-9700); ingressos entre R$ 6 e R$ 24
Poeta Rodrigo Garcia Lopes lança seu novo disco com show no Sesc
RODRIGO LEVINO
EDITOR-ASSISTENTE DA "ILUSTRADA"
EDITOR-ASSISTENTE DA "ILUSTRADA"
Exemplo dessas empreitadas não faltam e delas saltam nomes que vão de Leonard Cohen a Chico Buarque, de Alex Kapranos a Vitor Ramil.
"Canções do Estúdio Realidade", segundo disco do poeta paranaense Rodrigo
Garcia Lopes, que será lançado com show hoje, em São Paulo,
é mais um fruto desse entremeio.
A começar pelo título da obra, uma referência ao verso "assaltem
o Estúdio Realidade/ e retomem o universo", do poeta americano
William S. Burroughs (1914-1997), que Garcia Lopes conheceu
pessoalmente em 1991, quando o visitou nos EUA.
Em 12 faixas com letras de veio poético, o artista tece uma ode
à canção com arranjos melodiosos e que tomam forma híbrida
de jazz e MPB, acentuada pela formação da banda, que tem baixo
acústico, piano, bateria e violão.
Elisabete Ghisleni/Divulgação | ||
O poeta e músico Rodrigo Garcia Lopes |
A ligação entre os dois ofícios é antiga. O poeta, que já lançou
sete livros e traduziu outros tantos, aprendeu a tocar violão
aos 11 anos e lançou em 2001 o disco "Polivox".
"Acompanhei, nos anos 1980, o que ficou conhecido como
'vanguarda paulistana', que tinha boa parte dos pés fincada
em Londrina (PR) [onde vive]", disse à Folha ele, que conviveu
com Arrigo Barnabé, seu conterrâneo, e tem entre os parceiros
a cantora Neuza Pinheiro.
Garcia Lopes também foi próximo do poeta Paulo Leminski
(1944-1989), outro que desarranjou as fronteiras entre música
e poesia, e de quem musicou versos.
E cita também o músico Luiz Tatit ao chamar de "a tentação da
canção" o desejo de um poeta de unir as duas coisas.
"Poesia é a música da linguagem verbal", diz, acrescentando
a importância da sonoridade das palavras no processo criativo
de suas músicas e de seus poemas.
Sobre a eterna discussão se letras de música podem ser
considerados obras poéticas, Garcia Lopes resolve com uma
equação simples: "Se uma canção se sustentar no papel, é um
poema. Se o poema não se sustentar cantado, não é canção".
ESTÚDIO REALIDADE
ARTISTA Rodrigo Garcia Lopes
GRAVADORA independente
QUANTO R$ 25
LANÇAMENTO hoje (28), às 18h, Sesc Belenzinho
(r. Padre Adelino, 1.000; tel. 0/xx/11/2076-9700); ingressos entre R$ 6 e R$ 24
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