ENTREVISTA - Rodrigo Garcia Lopes
O público em geral pode consultar a agenda de shows de fim de semana e pensar: ''deve ser um cantor de MPB''. Como você definiria ou descreveria o espetáculo para quem não conhece o seu trabalho?
Rodrigo Garcia Lopes: Definiria-me como um ''cantautor'', um compositor que interpreta e canta suas próprias canções. Claro que ao longo dos anos a gente vai melhorando na interpretação, na execução do instrumento, e vai ganhando mais cancha. Mas longe de mim me apresentar como ''um cantor de MPB''. Também não faço covers. ''Ninguém Melhor que Ela'', a versão ''Nobody Does it Better'', sucesso na voz da Carly Simon em 77, que apresento no show, é de autoria de Marvin Hamlisch, que autorizou na semana passada que eu gravasse minha versão para o português. É o mesmo caso de ''Betty Blue'', da trilha sonora do filme homônimo e que virou um afoxé meio bossa-nova na minha versão.
Qual a importância da letra em suas canções?
Total, sempre em harmonia e simbiose com a harmonia, com a melodia. E eu também gosto de transitar num território bastante interessante da canção, que é essa interrelação entre palavra, música e voz. Creio que o fato de ser poeta faz com que minhas letras tenham carga poética que não costuma se ver muito na chamada música pra tocar no rádio. É minha responsabilidade como poeta aumentar a carga poética das canções, que é pelo menos o que procuro fazer nas minhas.
Vai mostrar músicas inéditas no show?
O repertório traz canções recentes que estarão em meu segundo disco, como a balada ''Vertigem'' (inspirada no filme homônimo de Alfred Hitchcock e no poema ''Ismália''), o blues ''Cerejas'' e a jazzística ''Quaderna''. Também fazem parte do show parcerias com o compositor londrinense Bernardo Pellegrini (''Caramujo''), com Paulo Leminski (''Adeus''), Gabriel Yared (''Betty Blue''), Vitor Ramil (''Espaço''), além de uma versão para ''Nobody Does it Better'', de Marvin Hamlisch e Carol Bager (''Ninguém Melhor que Ela'', trilha sonora do filme ''007- O Espião que Me Amava'' (1977).
Você já começou a gravar o novo CD?
Ele foi aprovado, depois de duas tentativas, pela Comissão Independente do Promic, para ser gravado ainda este ano. É um disco quase 100 por cento de canções minhas, inéditas, além das parcerias citadas e outras com Mauricio Arruda Mendonça e Neuza Pinheiro. Também contará com a participação de outros artistas da cidade, como o próprio André Siqueira.
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