segunda-feira, março 22, 2010

SOBRE A GÊNESE DO FILME "SATORI USO"

Rodrigo Grota dirigiu o filme Satori Uso, personagem que inventei na extinta página Leitura, da Folha de Londrina, nos idos de 1985. Aqui ele conta um pouco da gênese de seu filme, sobre a obra e vida deste poeta nipo-brasileiro parente distante de Alberto Caeiro.



Still do curta "Satori Uso" por Meg Yamagute. O ator e escritor Rogério Ivano (Satori Uso) e Caren Utino (Satine).


O cinema (algo vivo entre nós)

Rodrigo Grota dirigiu os curtas Booker Pittman (2008) e Satori Uso (2007).


"Em 2002, em Londrina (PR), quando ainda atuava como jornalista, conheci o poeta londrinense Rodrigo Garcia Lopes em meio ao lançamento do seu livro Polivox. Entre uma conversa e outra, ele me apresentou uma folha amarelada de jornal (de 1985) que trazia a fotinho de um senhor japonês e alguns haicais devidamente acompanhados por uma discreta notícia biográfica. Subitamente Garcia Lopes me perguntou: “Grota, você conhece esse poeta, o Satori Uso?” Confessei imediatamente que não, e revelei achar curioso o fato de um senhor tão resignado ter morado nos EUA e ter conhecido e vivido ao lado de grandes nomes da geração beatnik. Eis que veio a revelação: “Bom, o Satori Uso não existe - é uma criação minha - sou autor dos haicais atribuídos a ele”. Fiquei impressionado com a inventividade de Garcia Lopes, e fui aprofundando o assunto. Ele me contou que na época todos acreditaram ao ler o jornal que realmente existira na região de Londrina a figura do agricultor que escrevia haicais mas que não queria publicar a sua obra. Até o Leminski ao ler a matéria publicada na Folha de Londrina chegou a ligar para o Garcia Lopes: “Pô, Rodrigo, me apresenta o Satori. Quero conhecer esse cara”, teria dito o escritor de Curitiba. Em meio a essa conversa, a partir de algum impulso que não sei explicar de onde veio, fiz a seguinte sugestão: “Pô, bicho, vamo fazer um documentário sobre esse cara como se ele existisse”. Nascia assim o filme Satori Uso, curta rodado em março de 2006 e que só foi estrear em agosto de 2007 no Festival de Cinema de Gramado, no qual recebeu três prêmios: Melhor Filme (Crítica), Melhor Fotografia (para Carlos Ebert) e Prêmio de Aquisição do Canal Brasil".

RODRIGO GROTA


CONTINUA EM:

http://www.ufscar.br/rua/site/?p=2651


quinta-feira, março 18, 2010



Os pássaros apressam o céu.



Armando Freitas Filho

(Reli esses dias a obra completa de Armando Freitas Filho, um dos poetas brasileiros mais sutis e interessantes das últimas décadas. O primeiro contato com sua obra foi no começo dos anos 80. Ela está reunida num livro de mais de seiscentas páginas, intitulado, justamente, Máquina de Escrever - Poesia Reunida e Revista). Mas só esta pérola -- o poema é isso -- vale o dia. Vale mais do que essa prosa camuflada de poesia que anda por aí.

Edital do MinC causa polêmica entre revistas


O Estado de S. Paulo - SP, Caderno 2, por Jotabê Medeiros, em 18/03/2010


Um edital de apoio do Ministério da Cultura (MinC) está causando protestos no meio intelectual. Trata-se do Edital de Periódicos de Conteúdo Mais Cultura, lançado em 30 de setembro, e que teve 26 publicações habilitadas no último dia 19 de fevereiro. Dessas, apenas 4 serão escolhidas.

O edital destina-se a abastecer bibliotecas públicas, Pontos de Cultura e de Leitura com publicações de natureza cultural (literária, musical, de artes plásticas). Para tanto, vai destinar-lhes R$ 2,1 milhões. Acontece que, entre os selecionados, estão a Rolling Stone, Caros Amigos, Brasileiros, a Piauí, Le Monde Diplomatique e a revista de inglês Speak Up, o que levou concorrentes não habilitados a protestar contra os critérios do edital. Publicações de grandes grupos editoriais, como a Bravo!, também tentaram a seleção (sem sucesso).

Diversas revistas alternativas importantes, a maior parte de literatura, e que penam horrores para chegar a parcos leitores, não foram habilitadas. A falta de apoio tem vitimado várias, caso da Ontem Choveu no Futuro, de Campo Grande, que só teve um número; a Entretanto, do Recife; a Babel, de Santos; a Etcetera e a Oroborus, de Curitiba, e a Pulsar, do Maranhão. Outras, como a Polichinelo do Pará e a Azougue e a Inimigo Rumor, do eixo Rio-São Paulo, resistem a duras penas.

Uma das que saem aos trancos e barrancos (é apoiada por programa da cidade de Londrina, no Paraná) é a Coyote, publicada há 8 anos (sai esta semana a número 20). Ela foi desabilitada pelo edital por não possuir assinaturas individuais. Um dos seus editores, Rodrigo Garcia Lopes, está frustrado com o resultado.

“O edital privilegia revistas comerciais, que estão no mercado, e acaba inviabilizando revistas de conteúdo realmente cultural, de criação. Será que a Rolling Stone, a Speak Up e uma revista como a Piauí, que têm uma infraestrutura por trás, um instituto, realmente precisam de incentivo fiscal? É como se fizesse uma política agrária para o latifúndio e deixasse o pequeno agricultor morrer à míngua. Isso é um erro terrível, num governo popular e democrático como este.”

Marcio Seidenberg, do grupo que edita a Ocas, dize que só soube que a publicação não tinha sido habilitada um dia antes de poder entrar com recurso. A revista é vendida nas ruas e bares. “Não sei exatamente qual é a função do edital, se é levar publicações alternativas às bibliotecas ou revistas consagradas”, ponderou.

O MinC informou que pretende reavaliar o edital numa próxima edição, mas manteve a decisão da comissão julgadora. Também estuda ampliar o volume de recursos para o edital.


terça-feira, março 16, 2010

sexta-feira, março 05, 2010

REVISTA CELUZLOSE 4

Já está na rede o número quatro da revista CELUZLOSE. Entrevistas, ensaios, poesia.
Alguns poemas meus foram publicados neste número. Confira aqui: