quarta-feira, outubro 14, 2009

PEÔNIAS NEGRAS (poema de Rodrigo Garcia Lopes)




peônias negras
serenas
quase secas

pombos se aquecem
num resto
de sol

uma planta
luta para
romper a fenda

formigas dragam
uma abelha
ainda viva

o inverno
furta a flor
a cor da fruta

(gestos & acenos
de sombras
não consolam)

a tarde passa
arrasta e deixa
um rastro prata







Rodrigo Garcia Lopes (Em Solarium, Editora Iluminuras, 1994)

O compositor WILLY CORRÊA (Recife, 1938), musicou este poema, mas ainda não ouvi a gravação.

2 comentários:

Paulodaluzmoreira disse...

Belo poema.

BAR DO BARDO disse...

Texto bem construído. Embora eu seja das glicínias em bonsai...