O
TESTAMENTO POÉTICO DE ARTHUR RIMBAUD
Vinte
anos depois da sua primeira publicação no Brasil, Iluminuras lança edição
bilíngue, revisada, anotada de um clássico da poesia moderna
iLUMINURAS – gRAVURAS COLORIDAS
ARTHUR RIMBAUD
Tradução, notas e ensaio
Rodrigo Garcia Lopes
Maurício Arruda
Mendonça
14x21 / 192 páginas
isbn:
978-85-7321-368-3
R$:
44,00
Lançamento:
novembro de 2014
Illuminations (coloured plates) / Iluminuras (gravuras coloridas),
publicado pela primeira vez em 1886, é um dos textos fundadores da poesia
moderna e o testamento poético de Arthur Rimbaud (1854-1891). Escrito em parte
durante as temporadas em Londres, com seu gosto pela ambiguidade e polissemia,
Rimbaud escolheu como título uma palavra inglesa que significa, simultaneamente,
tanto iluminações (no sentido de inspiração ou percepção súbitas) quanto
iluminuras (gravuras coloridas, acepção reforçada pelo subtítulo), manuscritos
“iluminados” (decorados e ilustrados com formas, desenhos, figuras). Ou, ainda,
em referência às luzes urbanas artificiais, fogos de artifício e técnicas de
iluminar cenários teatrais. Título mais que adequado para uma poesia
multifacetada, visionária e que até hoje testa a imaginação dos leitores.
Escrito dos 19 aos 21 anos, pouco antes de
abandonar a literatura e partir para a África, Illuminations traz a
aplicação de seus princípios poéticos de invenção e “alquimia verbal”,
“pensamento cantado” e “alucinação simples”, onde o poeta, ao “fixar
vertigens”, “se faz vidente por um longo, imenso e racional desregramento
de todos os sentidos” (físicos e sociais). Nesta obra que pode ser
chamada de As Metamorfoses da era industrial, Rimbaud dissolve
os limites entre poesia e prosa, lírica e narrativa, identidade e alteridade,
real e imaginário, tempo e espaço, alta e baixa cultura, palavra e mundo,
fazendo da linguagem um laboratório para a criação de novas realidades e
percepções.
Nas
composições caleidoscópicas de Illuminations, momento culminante de sua
escrita, Rimbaud quer levar ao limite a exploração do impacto da mente poética
sobre a realidade exterior, fazendo com que o poema, muitas vezes, apareça na
forma de um enigma. Como escreveu Leo Bersani: “Longe de ser uma película
protetora entre nós e a complexidade psicológica e secreta do poeta, a
linguagem em Illuminations chega a ser ofuscada pela própria
luminosidade das telas que a linguagem evoca. Tudo se destina — como num número
de circo espetacularmente vulgar — a fascinar nossos olhos, tornando impossível
para nós desviar nossa visão saturada da cena hipnótica”. É mais do que
simplesmente escrita sobre experiências, e sim escrita como
experiências.
Vinte anos depois da primeira publicação
pela Iluminuras, nesta edição bilíngue, revisada, anotada e acompanhada de
ensaio crítico, os poetas Rodrigo Garcia Lopes e Maurício Arruda Mendonça
assumem o desafio de traduzir para o português esta obra-prima da poesia
universal.
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