terça-feira, maio 20, 2008

NOVA ZUNÁI

Está no ciberespaço a nova revista Zunái.
Muito boa como sempre, com ensaios sobre poesia e cinema, meu poema "6 Movimentos de Câmera":
http://www.revistazunai.com.br/materias_especiais/cinema/rodrigo_garcia_lopes_6_movimentos_de_camera.htm


Há também um longo ensaio do jovem diretor Rodrigo Grota sobre o processo de criação do documentário SATORI USO, inspirado no poeta que criei em 1985 e cujo roteiro co-escrevi:

http://www.revistazunai.com.br/materias_especiais/cinema/rodrigo_grota_em_busca_de_uma_falsa_luz.htm

O endereço é este aqui:

www.revistazunai.com.br

segunda-feira, maio 19, 2008

Um poema de ROBERTO BOLAÑO (1953-2003)



GODZILLA NO MÉXICO


Ouça isso, meu filho: as bombas caíam

sobre a Cidade do México

mas ninguém se dava conta.

O ar levava o veneno através

das ruas e janelas abertas.

Você tinha acabado de comer e estava assistindo

desenho animado.

Você lia no quarto ao lado

Quando soube que íamos morrer.

Apesar da tontura e da náusea me arrastei

Até a cozinha e encontrei você no chão.

Nos abraçamos. Você perguntou o que estava acontecendo

E eu disse que estávamos no programa da morte

Mas que em vez disso íamos começar uma viagem,

Mais uma, juntos, e que não tivesse medo.

Quando saiu, a morte nem sequer

Fechou nossos olhos.

O que somos?, você me perguntou uma semana ou um ano depois,

formigas, abelhas, números equivocados

na grande sopa podre do acaso?

Somos seres humanos, meu filho, quase pássaros,

Heróis públicos e secretos.





ROBERTO BOLAÑO

TRADUÇÃO: RODRIGO GARCIA LOPES

NA COYOTE 17

sábado, maio 17, 2008

COYOTE NA FOLHA DE SAMPAULO

Coletânea
Revista Coyote 16 e 17
VÁRIOS
Editora:
Coyote/Kan; Quanto: R$ 10, cada uma (52 págs., cada)
SOBRE OS AUTORES: Nomes históricos, como a norte-americana Gertrude Stein (1874-1946), mais contemporâneos, como o chileno Roberto Bolaño (1953-2003) e o romeno Andrei Codrescu, além de numerosos escritores novos brasileiros, como Ana Rüsche.
TEMA: A revista traz dossiês dedicados a Codrescu e ao quadrinista Marcatti e publica poemas de Bolaño, entre outras atrações.
POR QUE LER: Editada em Londrina (PR), a Coyote é uma das melhores revistas literárias brasileiras.

segunda-feira, maio 12, 2008

Tem duas Coyote novas na praça.
Confira os releases abaixo.
Abraços

domingo, maio 04, 2008

COYOTE ATACA EM DOSE DUPLA (LANÇAMENTO)

Poucas coisas me dão tanto prazer quanto editar, com Marcos Losnak e Ademir Assunção, a revista Coyote. Que já entra no seu sexto ano de existência. Wallas. Nos conhecemos desde 1982. Uma porrada de tempo. E a revista só dá certo porque temos, apesar das diferenças, afinidades de uma vida toda. Na Coyote texto a texto é discutido, e o que se fareja é sua qualidade e potência (e não do verniz de seu autor). Com abertura a todas as épocas, diálogo com outras culturas e poéticas. De Marcelo Mirisola a Li Tai Po, de Claudio Daniel a Charles Bukowski, de poesia nômade a Gertrude Stein, de poetas "language" como Rosmarie Waldrop a Mário Bortolotto ou Horácio Costa.

Seis anos.

Uma marca nada desprezível para revistas independentes, “fora do eixo", e editadas na raça como esta. Na verdade, às vezes nem sei como ainda conseguimos. Apesar de tudo, editar a Coyote tem sido um trabalho de guerrilha ligeira, daquelas cada vez mais necessárias. A Coyote nunca se filiou a grupos, panelas, nunca adotou a tática do compadrio, nunca se fechou em torres de marfim de arrogância, sempre recusou fazer a tática de silenciamento ou de trocas de favores. Procurar autores novos nem é missão, é obrigação numa revista deste tipo. Posso dizer, como editor, que a revista sempre primou pela qualidade, pela diversidade, mas tamb;em sempre procurou discutir esta diversidade, sem a qual nenhum ecossistema sobrevive. Foram mais de 200 autores, de diversas partes do Brasil, das Américas e do planeta, publicados nesses anos. Poetas, prosadores, tradutores, ensaístas, críticos, fotógrafos, desenhistas, cartunistas, pensadores, estetas e malucos. Uma aventura e tanto. Agora acabam de sair dois números simultâneos. Divirtam-se, enquanto é tempo.



16 VEZES COYOTE

A 16a edição da revista de literatura e artes traz ensaio fotográfico de Boris Kossoy, traduções de Alejandra Pizarnik (Argentina) e Robert Melançon (Canadá), dossiê com o cartunista Marcatti, antologia de poemas de Marcos Prado, contos de Nelson de Oliveira e Miguel Sanches Neto, além de poemas de Nelson Sato

A revista independente Coyote, editada em Londrina (PR) e patrocinada pelo PROMIC (Programa Municipal de Incentivo à Cultura) traz em seu 16º número um dossiê com o quadrinista paulistano Marcatti (autor de gibis como Lodo, Mijo, Refugo, Prega, Ventosa e Frauzio). Em entrevista a Ademir Assunção, ele revisita sua carreira, fala sobre seu processo criativo, de escatologia, e da parceria com Glauco Matoso em Glaucomix.

Coyote traz textos de uma das mais importantes poetas latino-americanas do século 20, a argentina Alejandra Pizarnik (1936-1972), traduzidas por Ana Maria Ramiro, e do poeta contemporâneo canadense Robert Melançon (introduzido e traduzido pela professora Jerus Pires Ferreira).

O número presta homenagem à obra poética de Marcos Prado (1961-1996), com uma mini-antologia de sua obra em apresentação de Thadeu Wojciechowski, que escreve: “Prado é destes poetas que tiveram a coragem (ou imprudência?) de impregnar a chama eterna da poesia que tanto amava com os fragmentos descartáveis da vida”.

A edição também traz capa e um ensaio assinados pelo fotógrafo e historiador de fotografia Boris Kossoy, com suas cenas insólitas e enigmáticas. Como escreveu Vasco Granja, "Kossoy é um observador atento da realidade - que transforma, segundo a ação de René Magritte, o mestre que o inspirou indelevelmente, em imagens trágicas dominadas pelo terror das condições mais degradantes que o homem impõe a si e aos outros".

Presentes nesta edição estão também poemas de Adalberto Müller e Nelson Sato, além de prosas inéditas de Nelson de Oliveira e Miguel Sanches Neto. E, como se tornou recorrente nas edições da revista, a contracapa traz o cartum irreverente de Beto, com o Movimento Contra o Loteamento do Céu.

COYOTE é uma publicação da Coyote Edições, editada por Ademir Assunção, Marcos Losnak, Maurício Arruda Mendonça e Rodrigo Garcia Lopes. Projeto gráfico de Marcos Losnak. Tem periodicidade trimestral e distribuição nacional (em livrarias) pela Editora Iluminuras. Tiragem de 1 mil exemplares.

COYOTE 16 // 52 pgs. // R$ 10 Uma publicação da Coyote Edições

Vendas em livrarias de todo o país ou pelo site: www.iluminuras.com.br

email: revistacoyote@uol.com.br / rgarcialopes@gmail.com / Fone: (43) 3334-3299 – Londrina.: revistacote@uol.com.br

PATROCÍNIO: PROMIC - PROGRAMA MUNICIPAL DE INCENTIVO A CULTURA – SECRETARIA MUNICIPAL DE CULTURA – PREFEITURA MUNICIPAL DE LONDRINA (PR)






Coyote espreita Codrescu, Bolaño & cia em novo número


Entre os destaques da revista de literatura e artes estão dossiê com o escritor, poeta e ensaísta Andrei Codrescu (Romênia, 1946), poemas do chileno Roberto Bolaño, mais conhecido como prosador, a poesia de Fernando Karl e Veludo Negro, uma mini-antologia com seis jovens poetas brasileiras. Também traz o desenho de Carlos Carah, traduções de Gertrude Stein e as prosas à margem de Ricardo Carlaccio e Rubens K , entre outros

“A ironia me parece um poderoso artefato para desativar a realidade. Agora vejamos, o que acontece quando vemos algo que tínhamos visto, por exemplo, numa fotografia e de repente vemos de verdade? É possível ironizar sobre a realidade, não crer nela, quando estamos vendo algo que é verdade?”. É sob o espírito desta citação de Enrique Vila-Matas, editorial do número 17, que Coyote, revista de literatura e arte editada em Londrina (PR), chega a seu décimo-sétimo número, depois de ter publicado quase duzentos autores (escritores, fotógrafos, ensaístas, tradutores do Brasil e de diversas partes do mundo).

Um dos destaques do número é o dossiê “Caçador de Diferenças”, com o escritor Andrei Codrescu (Romênia, 1946), inédito no Brasil, em entrevista feita a Rodrigo Garcia Lopes, além da tradução de quatro capítulos de seu livro (prosa) Zoombification, traduzidos por Kátia Hanna. Como escreveu Lawrence Ferlinghetti, "Codrescu sempre dá um jeito de criar um desejo ardente pelo que é subversivo — algo extremamente necessário nesses tempos de ‘fascismo amistoso’”.

Coyote 17 também apresenta os poemas do escritor chileno Roberto Bolaño (1953-2003), mais conhecido como prosador. Sua carreira meteórica foi marcada pela fundação do movimento mexicano infrarrealista nos anos 70. Apesar de mais conhecido como romancista (Os Detetives Selvagens, 2666, De Noite no Chile, entre outros), Bolaño era uma espécie de poeta da prosa, tendo publicado dois volumes de poesia: Los Perros Románticos e La Universidad Desconocida.

A nova ficção brasileira também está presente no número com os textos de Rubens K. E Ricardo Carlaccio.

A modernista norte-americana Gertrude Stein (1874-1946) traduzida e apresentada por Luci Collin, é também um dos carros-chefes do número, que traz ainda a antologia Veludo Negro: uma seção que mostra a força poética de seis jovens autoras brasileiras: Ana Rüsche, Bruna Beber, Izabela Leal, Lígia Dabul, Luana Vignon e Monica Berger,

O desenhista Carlos Carah também mostra seus traços, num número que tem ainda poesia visual de Vinícius Lima e poemas de Fernando Karl. Na Contracapa, o Movimento Contra a Lei Seca.

COYOTE é uma publicação da Coyote Edições, editada pelos poetas Ademir Assunção, Marcos Losnak, Maurício Arruda Mendonça e Rodrigo Garcia Lopes. Projeto gráfico de Marcos Losnak. Tem periodicidade trimestral e distribuição nacional (em livrarias) pela Editora Iluminuras. Tiragem de 1 mil exemplares.

COYOTE 17 // Outono 2008 // 52 pgs. // R$ 10 Uma publicação da Coyote Edições.

Vendas em livrarias de todo o país ou pelo site: www.iluminuras.com.br

email: revistacoyote@uol.com.br e rgarcialopes@gmail.com Fone: (43) 3334-3299 – Londrina.: revistacote@uol.com.br

PATROCÍNIO: PROMIC - PROGRAMA MUNICIPAL DE INCENTIVO A CULTURA – SECRETARIA MUNICIPAL DE CULTURA – PREFEITURA MUNICIPAL DE LONDRINA (PR)

sábado, maio 03, 2008

Sobre poesia (no site Cronópios)

POLIVOX



You are the music while the music lasts (T.S. Eliot, em “Four Quartets”)




Desde que começou a ser posta no ar ou sobre uma superfície, a palavra poética foi sobretudo respiração e representação ("palavras são símbolos"). Dos ritos/mitos/ritmos ancestrais à poesia concreta e depois, essa especificidade "verbivocovisual" (termo de Joyce) tem sido intrínseca à poesia. Poesia: arte da linguagem. Palavra carregada de significado, imaginação, estranheza, beleza. Por outro lado, dos rapsodos gregos aos repentistas e rappers, a linguagem da música e a música da linguagem têm uma longa tradição de aproximações e distanciamentos, de múltiplas inseminações, sendo tão ancestral quanto sua prática. Como lembra Jerome Rothenberg, ao se referir às manifestações orais, “primitivo significa complexo”. Pound dizia que a poesia perde quando se afasta demais da música e das artes visuais, especialmente. Hoje, as possibilidades da poesia “eletrônica”, hipertextual, apoiada pelo aparato digital e do computador, só acentuaram essa qualidade performática inerente a ela (um poema pode ser, simultaneamente, lido, ouvido e visualizado), abrindo outras formas de recepção e interação. Acredito que experiências multimídia são caminhos instigantes que se abrem para a poesia hoje (penso também na poesia na rede, ou em arquivos fantásticos como o site Ubuweb, de Kenneth Goldsmith). Embora, claro, a técnica usada ou tecnologia não garanta um bom poema: um poema holográfico ou computadorizado pode usar os recursos mais avançados e não dizer coisa nenhuma. Não se não houver uma contraparte em termos de tecnologia do coração e da imaginação. Afinal, se poesia é a arte da palavra — carne de pensamento — ela tem que dizer alguma coisa, sob o risco de virar mero fetiche ou maneirismo. Contra-discurso num mar de discursos, em plena Idade Mídia, esse é maior desafio da poesia hoje.


Para o poeta, som, ritmo, nunca são meros acompanhamentos ou efeito sespeciais ou ainda meras roupagens — e sim a própria cartilagem de toda a operação poética. Sua base de operações. Concordo com a crítica Marjorie Perloff quando ela diz que muitos poemas hoje parece mais e mais prosa cortada em linhas, “prosa preguiçosa”, sem nenhum cuidado seja com o enjambement, ou mesmo com o ritmo da frase. Ela continua: “Por isso minha principal crítica hoje é em relação a falta de interesse no aspecto sonoro e visual da maior parte da poesia que aparece sobre minha mesa. É como se o som não existisse e que ‘verso livre’ é apenas prosa preguiçosa”.


A performance de poesia — por mais que detratores queiram ler estas manifestaçãoes como resíduo “pop” — possibilita um grau de intimidade (com cada um e com o público), um contato direto com a dimensão da linguagem em si, cada vez mais rara em tempos virtuais, superficiais e materialistas, em que as palavras são usadas como moeda de troca. O poema, aqui, é como uma partitura. Pois é a materialidade da palavra (som&sentido) em si que o poeta, ao falar seu poema, coloca em primeiro plano. A leitura ao vivo coloca a "concretude" da palavra, viva, na sua frente, com suas caraterísticas acústicas, sua lógica ou i-lógica próprias, seu acontecer. Há também um aspecto de guerrilha: a criação de novos públicos e de leitores em potencial, quebrando a idéia do recital monocórdio ou afetado dos “saraus”. Acho importante poetas lerem textos de outros poetas, que saiam de suas torres de marfim, por isso sempre procurei fazer nas apresentações “traduções” de textos alheios, de diversos períodos e estilos, justamente para mostrar a diversidade e possibilidades da poesia humana: de textos ancestrais como "O Navegante" a Jim Morrison, de Cruz e Sousa a Allen Ginsberg, por exemplo.


Importante dizer que, ao ser falado (ou cantado) o poema está aberto para todas as possibilidades em uma performance ao vivo: entonação, ambiente, qualidades rítimicas e prosódicas, timbre, apresentando-se de um modo que talvez seria impensável numa página. "Será a poesia a arte da escuta", eu pergunto no fim do meu poema "Polivox". Acho que é bem essa a questão. Poesia não é uma via de mão única. Se faz entre duas pessoas. Ou, como diria Paul celan, "o poema é um aperto de mãos".


No Polivox (trabalho composto de um livro, um cd e performances ao vivo), quis borrar as fronteiras entre texto escrito e oral, música e poesia, sonoplastia e fala. O objetivo era transitar entre as fronteiras entre os gêneros e as linguagens, buscando novas formas de veiculação da poesia e aproveitando todas as possiblidades técnicas e de experiências históricas (como a "poesia sonora") para este fim. O show, apresentado pela última vez dentro do projeto “Outros Bárbaros” no Itaú Cultural, em 2005 (de onde estão os trechos dos vídeos abaixo) era a seqüência do trabalho anterior, Polivox (2001) cuja intenção era criar uma viagem sonora, um território híbrido, onde música e poesia fossem indissociáveis. Polivox trazia a experiência com diversos estilos e dicções que marcam meu trabalho desde SolariumPolivox (2001). O CD abrigava linguagens e universos musicais e minhas afinidades eletivas: da canção brasileira”( “Paradoxos do Tempo”, “Mulher da Multidão”), citações orientais (“Thoth”), passando pelo doce stil nuovo da poesia italiana medieval (“O Amor é Uma Mulher de Ohos Invisíveis”) à balada “Ítaca”. Do jazz e blues (“A Solidão”, “O Assinalado”, Perfeitos Estranhos Blues”), com momentos mais intimistas de “fala ao seco” (como em “El Duende” e “Cerejas”). Do reggae (1994) a (Jim Morrison transluciferizado em “Ruído do Vidro”) ao funk, se aproximando da linguagem de Itamar Assunção e Marcos Muller (Clique, Plugue, Ligue”). Este território livre parece ser algo enraizado em nossa riquíssima cultura musical, na tradição da poesia e canções brasileiras. Mais do que experiências eletroacústicas, pelo menos neste trabaho tentei amalgamar a linguagem da música e a música da linguagem num único espetáculo, retomando as origens ritualísticas e performáticas da poesia.


Outras perguntas me são constantes durante o processo de criação e experimentação: o que acontece quando a palavra salta do espaço da página para o tempo da voz, do íntimo do ritmo, da articulação da música? Que faísca pode resultar do atrito entre essas duas linguagens? São possíveis novas abordagens dentro do território da canção, da música, da poesia falada? Pode a poesia, além de um exercício de imaginação, ser a arte da escuta, uma espécie de escuta arrebatada e ativa? Aqui, os poemas recebem três tratamentos básicos: musicados e transformados em canções; sob a forma de poetrilhas ou salas sonoras (aguçando uma relação cinemática com o texto); lidos “no seco”, explorando o som da linguagem em si (aproximando-se aqui da poesia eletroacústica).


Veja a matéria e ecesse as músicas e faixas no site CRONÓPIOS:

http://www.cronopios.com.br/site/poesia.asp?id=3221


O MAPA DOS LUGARES


Deslocar é retirar algo do nada em que se encontrava. Transferir é ferir em trânsito, passar para outro corpo, luz que se desprega do azul. Processo é seguir, marcha da sensação do que acontece, metamorfoses sem fim. O fim é a morte. A morte é uma questão de sorte. Áporo: sem passagens secretas. Lacre de sombras. Sorte é ler o cristal, manobra para ferir o touro, uma fonte de tipos. Goitacá, nômade em Tupi. Perguntas voltam em forma de respostas. Fraude é ladina, adulterar a frase clandestina. O autor dos dias está morto. A fábula provada verdadeira abre as portas do instante.




quinta-feira, maio 01, 2008

MINUTO (faixa de POLIVOX)

A canção "Minuto" é umas faixas do meu CD Polivox (2001):
Ficha técnica: Rodrigo Garcia Lopes (violão e voz). Sidney Giovenazzi: violão solo e teclados. Citação final: Concerto em Fá para Piano e Orquestra, de George Gershwin (1888-1937)

Clique aqui:

MINUTO (Rodrigo Garcia Lopes)

Lá vem você
Se passando por vento
Como se ninguém te visse

Lá vem você dublando pensamento
Como uma praia que se sentisse

Pra perto do risco, do riso, do início, do surf (do transe)
Das ondas das dunas do espanto

Lá onde o calar fala mais alto
E o momento comemora

Com um minuto de silêncio