Rodrigo Garcia Lopes é um dos mais notáveis poetas
paranaenses da safra novíssima. Me impressiona a falta de provincianismo, a
abertura cosmopolita, a coragem da informação difícil, o extremo atrevimento
desse londrinense, nada indigno do pioneirismo que levantou, naquela terra
vermelha, a cidade mais rápida do Brasil.
PAULO LEMINSKI
Canções
do Estúdio Realidade é um
disco maravilhoso. Escutei-o nas estradas da Paraíba, a caminho do sertão. E me
deu muita alegria e sensações variadas.
CHICO CÉSAR, compositor
No ótimo Canções do Estúdio Realidade,
o poeta, compositor e tradutor visita a canção popular com desenvoltura,
explorando as características específicas do gênero sem cair na armadilha de
fazer mera poesia musicada.
ROGER LERINA, Zero Hora.
No segundo disco do poeta paranaense, a invenção
imagética supera a toada amena, entre o jazz e a MPB --ganhando mais trepidação
em "Vertigem (Um Corpo que Cai)", encontro inusitado de Hitchcock com
o simbolista Alphonsus de Guimarães, e na urbana "New York", no espírito
da vanguarda paulistana dos anos 1980, em especial seu conterrâneo Arrigo
Barnabé.
MANOEL
DA COSTA PINTO, Folha de São Paulo
Grande esmero, produção caprichada mesmo.
Prestei atenção em tudo, com um destaque especial às linhas de baixo, voz e a
equalização das vozes, mixagem, os arranjos...tudo muito bem feito. Parabéns.
Muito interessante pra mim ouvir um disco bem diferente do que faço, mas
igualmente trabalhado e ambicioso. Fiquei contente de conhecer seu
trabalho musical. Aliás, todos os instrumentos soam bem. Parabéns mesmo, e
sabe, adorei a sua versão pra música Nobody
does it better. Não só o arranjo é ótimo, como a sua voz soa
deliciosa.
MARINA LIMA, cantora e compositora
Em 12 faixas com letras de veio poético, o
artista tece uma ode à canção com arranjos melodiosos e que tomam forma híbrida
de jazz e MPB, acentuada pela formação da banda, que tem baixo acústico,
piano, bateria e violão. [...] Garcia Lopes também foi próximo de Paulo
Leminski (1944-1989), outro que desarranjou as fronteiras entre música e
poesia, e de quem musicou versos.
RODRIGO LEVINO, Folha de
São Paulo.
Tendo a palavra como base, o compositor e
poeta se lança em trilhas sonoras ambiciosas e variadas -- por jazz, funk,
afoxé -- sempre valorizando as harmonias. O resultado oscila entre canções
exatas e (bons) poemas.
LEONARDO LICHOTE, crítico de música, O Globo.
É muito difícil a gente decifrar o que pretende um autor
quando lança um trabalho. Apenas podemos conjecturar, intuir, ler nas
entrelinhas coisas que não sabemos de verdade, imaginações. Como o próprio
autor, que pensa saber o que pretende, e a cada vez que se aproxima da obra,
descobre essa vertigem (traduzida por uma supressão da qualidade crítica tão
fundamental para um criador, a severidade de julgamento) que o faz oscilar
acompanhando os movimentos daquilo que não sabemos, mas fizemos. Então falamos
de coisas técnicas, da fluidez dos arranjos, da elegância da interpretação, da
competência instrumental, e logo vamos nos perdendo nos adjetivos. Este CD de
Rodrigo Garcia Lopes, que carrega o sinuoso título de Canções do Estúdio Realidade, lembra sonhos de juventude, quimeras
de uma possível aproximação com a poesia, com a divindade, com o vinho da
existência, com a uva da metáfora sufi, a fonte. Como diria um zen budista: a
imersão na realidade. Que coisa mais bem feita!
ARRIGO BARNABÉ
A arte da música popular é mais complexa do
que muitas vezes parece ser. Criar uma letra em perfeita sintonia com a melodia
de uma canção exige um esforço hercúleo, como bem destacou Luis Fernando
Veríssimo, um de nossos gênios das palavras, convidado para o projeto "Com
Todas as Letras", onde grandes literatos generosamente escreveram letras para
músicas de Kleiton & Kledir. Cito essa experiência pessoal recente para
tentar mostrar a “encrenca” que deve ser a vida criativa de Rodrigo Garcia
Lopes. Obstinado em busca do resultado original, do prazer desesperado na busca
da palavra certa em perfeita comunhão com as melodias, prosódias perfeitas, sua
atitude não é recomendável aos neófitos. Mergulhado nesse prazeroso desespero
estético, muitas vezes recita poemas sobre temas musicais livres, na
impossibilidade aqui de fazê-los entrar em acordo com as frases musicais, e
respeitando ao máximo a liberdade das duas formas de expressão, para mais
adiante, se apresentarem próximas da perfeição (que não existe e Rodrigo sabe
bem disso) onde letra e música se encaixam em perfeita harmonia, no limite das
possibilidades. Em "Canções do Estúdio Realidade", mais uma vez
ficam claras a paixão do artista por explorar textos (vários livros publicados
– prosa/poesia) e infindas possibilidades sonoro-musicais. A nobre atitude de
experimentar sem se ater a velhos clichês é transparente nesse novo e
exuberante trabalho. Escutar o disco na íntegra nos leva a uma sensação
agradável e aflitiva de se estar constantemente viajando através de notas
musicais e palavras, sustentadas ora por melodias complexas, ora por delicadas
concepções, harmonias saborosamente conflitantes dentro de um mesmo tema, uma
viagem sem dúvida que perpassa obras de gerações e gerações, que se dedicaram a
arte em busca de algo novo. E isso, apenas isso, é o que vale a pena ser
considerado, e cultuado, na música de hoje".
KLEITON RAMIL
Refinar o pop a partir da experiência
literária não é um sonho novo. Leonard Cohen, Leminski: muitos burilaram essa
fronteira. Rodrigo Garcia Lopes, poeta, tradutor, cantor e compositor, faz
percurso curioso em seu segundo disco, Canções
do Estúdio Realidade. Aqui se dá o inverso: é a leveza do pop que
impulsiona uma trama poética sutil. [...] Uma natural familiaridade costura as
harmonias do poeta, que nos leva, pelo som, a um território novo e antigo ao
mesmo tempo.
JOTABÊ MEDEIROS, O Estado
de São Paulo
Canções do
Estúdio Realidade não é disco para se
ouvir distraído. Ele clama por atenção, que revela tessituras
imperceptíveis à primeira audição. Canções...
é para se abrir com volume e amplitude.
Seus detalhes, caminhos, pontos e cruzamentos é que são
elas. Dão o clima,
porque se trata de CD com arquitetura, ambiente. Há poesia, mas ela não é
exatamente a ponta de lança. Cantador, Rodrigo Garcia Lopes especula
sentimentos que assombram nossa condição humana. Com palavras ou sem.
RANULFO PEDREIRO, Jornal
de Londrina
Não espere deste Canções
do Estúdio Realidade um disco de spoken
word (poesia declamada). Garcia Lopes é afinado e tem décadas de prática no
violão. Sabe bem como emular clássicos da MPB. Autoproduzido, o CD acerta em
cheio nos momentos mais acústicos/intimistas ("Butterfly" e
"Ninguém Melhor que Ela"). Soa também respeitável sob contornos jazzísticos,
de verve setentista ("Alba").
VALOR ECONÔMICO
Rodrigo Garcia Lopes, autor de Polivox, é mesmo um
cara de muitas vozes. Vozes dele, vozes de outros. Não é toda a hora que se
encontra gente múltipla assim, que escreve poesia e ensaios, faz entrevistas,
toca violão, compõe, canta...Tudo bem feito, claro. Para o público em geral,
ávido de cultura, uma personalidade criativa e livre dessas por perto, nesta
época de especializações, de nichos de mercado, de repetições e limitações, é
motivo para comemorar.
VITOR RAMIL, compositor, cantor, escritor
Lírico, moderno, cinematográfico e com um
"livrinho" que faz jus ao disco. Muito bom! Arrojado, cheio de
experiências com versos e com maneiras de dizer. Também gostei dos arranjos,
bastante adequados ao projeto. Uma bela exploração sinestésica da
realidade.
LUIZ
TATIT, compositor
Em Canções do Estúdio Realidade não há duas
faixas parecidas, com Rodrigo demonstrando uma tremenda versatilidade, cantando
balada, blues, funk, jazz, rock, rap e canções de sua autoria com
autenticidade. As letras falam da condição humana (ex, ‘Quaderna’) e da vida no
mundo moderno (ex, a sobrecarga sensorial em ‘New York’). Todas as canções são
em português, com exceção da bela balada ‘Butterfly’, escrita em inglês. [parceria
com Neuza Pinheiro]. Sua incrivelmente bela interpretação de ‘Nobody does it
Better’ [aqui na sua própria versão em
português, Ninguém Melhor que Ela] é o melhor tratamento que a composição já
recebeu. Seu estilo violonístico e a progressão de acordes em ‘Quaderna’ traz à
mente o violonista Guinga. O funk-rap ‘New York’ evoca a Farofa Carioca. Os
arranjos, a maioria de André Siqueira, são luminosos (ex. ‘Cerejas’). Os
músicos são esplêndidos (por exemplo, a deliciosa introdução de baixo de
Gabriel Zara e o solo e acompanhamento pianístico de Mateus Gonsales em
‘Iluminações [parceria com Bernardo Pellegrini], só para dar dois exemplos.
Tudo combinando com a qualidade do livro suntuoso de 36 páginas [por Marcos
Losnak e Beto] com evocativas fotos coloridas [por Elisabete Ghisleni]. Rodrigo
Garcia Lopes assaltou o Estúdio Realidade e trouxe para nós tesouros musicais e
poéticos”
Abertas as portas do Estúdio
Realidade o que logo se descortina é a cena paranaense de cidades como
Londrina e Curitiba, lugares pródigos em poesia e literatura onde a música
popular cada vez mais se faz notar. Quem conhece só o Rodrigo Garcia Lopes
vindo da poesia, da intensa atividade intelectual e editorial, vai descobri-lo
agora cheio de desenvoltura com seu violão em meio às névoas musicais das
óperas de araucárias e arames. São quatro as estações do ano, quatro as linhas
do campo, mas a vida é só uma. Rodrigo quer retomar o universo e nos levar com
ele. Por que não?
VITOR RAMIL, cantor, compositor e escritor
Nascido em Londrina (PR), o poeta Rodrigo Garcia Lopes se
lança em disco como músico, cantor e compositor com o independente Polivox.
De voz séria e redonda, aventura-se pela música popular com sonoridade e
poética que remetem diretamente a Itamar Assumpção, especialmente em
"Minuto" e "Clique, Plugue, Ligue".
PEDRO ALEXANDRE SANCHES
Rodrigo Garcia Lopes, autor de Polivox, é mesmo um
cara de muitas vozes. Vozes dele, vozes de outros. Não é toda a hora que se
encontra gente múltipla assim, que escreve poesia e ensaios, faz entrevistas,
toca violão, compõe, canta...Tudo bem feito, claro. Para o público em geral,
ávido de cultura, uma personalidade criativa e livre dessas por perto, nesta
época de especializações, de nichos de mercado, de repetições e limitações, é
motivo para comemorar.
VITOR RAMIL
Obrigada por me mandar o Polivox, tenho ouvido
direto porque este é um trabalho para se ouvir muitas vezes, tem muitas
camadas. Eu simpatizei de cara, antes mesmo de ouvir porque meu CD Público ia
se chamar Polyvox, que é um nome lindo prum CD... Parabéns pelo trabalho.
ADRIANA CALCANHOTTO
Depois de ler os poemas de Rodrigo Garcia Lopes, não tenho
a menor hesitação em afirmar coisas grandiloqüentes como: ele é um dos melhores
poetas surgidos ultimamente neste país.
CAIO FERNANDO ABREU
As vocalizações de Rodrigo Lopes, em Polivox, superam
as expectativas de quem não o conhece, indo na contramão da tradicional maneira
brasileira de leitura oral de poesias. Em seu caso, sua musicalidade o levou a
melhor interpretar a sua própria poesia.
CARLOS AUGUSTO GAERTNER, SITE GERAÇÃO PEDREIRA
As canções de Polivox chamam a atenção para a
palavra, revelam uma leveza no tratar o lirismo urbano contemporâneo,
contaminado pela multiplicidade de referências, pela brutalidade do efêmero e
do massivo. Segundo o autor, a proposta do CD "é criar um território
híbrido, onde poesia e música - como as pegadas de um pássaro na areia - sejam
indissociáveis (como sempre foram, dos rapsodos gregos aos rappers)". A
experiência resultou interessante e merece ser lida e ouvida com cuidado.
REYNALDO DAMAZIO
Rodrigo dialoga de maneira madura e consciente com
tendências da música popular paulistana (pós- vanguarda paulistana). Aliás,
isso que eu chamo música popular paulistana, não é tão apenas paulistana assim
quando lembramos de nomes como Arrigo, Itamar e Robinson Borba, entre muitos
outros que não eram de São Paulo. E dizer que há este diálogo, não é de modo
algum engavetar o Polivox de Garcia Lopes. Como já disse, é um trabalho
maduro, surpreendente para um primeiro disco, mas compreensível e não menos
admirável quando se sabe que Rodrigo toca e compõe não é de hoje. A qualidade
musical é algo que o ouvinte pode se impressionar.
ANDRÉ LUIS GONÇALVES
OLIVEIRA