SATORI USO é dos 33 poetas que fazem parte do livro "Haicai do Brasil", organizado pela Adriana Calcanhotto
(Edições de Janeiro), que será lançado amanhã na Flip, em Paraty. O
time conta ainda com Millôr, Érico Veríssimo, Mário Quintana, Paulo
Leminski, Carlos Drummond de Andrade, entre outros.
"Storm the Reality Studio, and retake the universe" ("Assaltem o Estúdio Realidade, e retomem o universo") WILLIAM S. BURROUGHS
quarta-feira, julho 30, 2014
terça-feira, julho 29, 2014
"O TROVADOR" no jornal O Estado de Minas de hoje
Estreia madura »
Rodrigo Garcia Lopes lança 'O Trovador', seu primeiro romance
Escritor, tradutor e pesquisador, Rodrigo já teve passagens pela Europa e Estados Unidos antes de se concentrar no novo trabalho
Carlos Herculano Lopes - EM Cultura Publicação:29/07/2014 08:24Atualização:29/07/2014 08:22
Rodrigo Garcia Lopes lança o romance O trovador depois de longa experiência literária (foto Jacqueline Sasano)
Formado em jornalismo, antes de lançar-se na ficção Rodrigio escreveu alguns livros de poemas, entre eles Solarium (Iluminuras, 1994); Visibila (Sete Letras, 1997); Polivox. Poemas (Azougue Editoria, 2001) e Nômada (Lamparina, 2004). Em meados da década de 1980, fez uma viagem de dois anos pela Europa e na volta criou a revista literária Hã. Algum tempo depois, nos anos de 1990, foi para os Estados Unidos, onde fez mestrado na Arizona State University, com tese sobre os romances de William Burroughs, escritor da geração beat que surgiu nos EUA na década de 1950, e balançou os alicerces culturais do país.
Foi também durante esse período passado na América do Norte que Rodrigo Garcia Lopes teve a chance de realizar 19 entrevistas com famosos como John Asbery, Marjorie Perloff, Allen Ginsberg, Nam June Paik, Carlhes Bernstein, além do próprio William Burroughs, entre outros. Trabalho de fôlego, hoje referência para os que estudam a obra dessa turma. As conversas vieram a público com o livro Vozes & visões: panorama da arte e cultura norte-americana de hoje, lançado pela Iluminuras em 1996.
Com todo esse currículo, e ainda tradutor de diversos livros de poemas de autores como Walt Whitman, Sylvia Plath e Arthur Rimbaur, Rodrigo Garcia Lopes se sentiu à vontade para fazer ficção, sem o impulso impensado dos apressados, que depois costumam se arrepender amargamente.
Não foi o que ocorreu com O trovador, que chega maduro às livrarias, e no qual o escritor conta uma história enigmática, com todos os ingredientes das boas aventuras policiais, cujo cenário passa pela Londrina dos anos de 1930, quando começou a exploração de café e madeira no Norte do Paraná.
A trama começa quando uma palavra de origem provençal e um poema enviado a Eduardo VIII, rei da Inglaterra, são encontrados em um pedaço de papel deixado na boca de um morto, uma vítima a mais de vários assassinatos ocorridos no Sul do país. Desvendar esse mistério caberá a um detetive, tradutor e intérprete, que é mandado ao local do crime. A partir daí, num ritmo alucinante, a narrativa de Rodrigo Garcia Lopes, segundo Joca Reiners Terron, que fez o prefácio, entrega tudo ao leitor, “menos a traição.”
O trovador
>> De Rodrigo Garcia Lopes
>> Editora Record
>> Romance, 406 páginas
>> R$ 45
segunda-feira, julho 21, 2014
Sobre "O Trovador", no Zero Hora de hoje
ZERO HORA (Prateleira, Segundo Caderno)
http://www.noticiahoje.com.br/NoticiaImpresso.aspx?ID=16593931.124428.881496
sábado, julho 19, 2014
David Lodge sobre consciência e poesia
"A literatura é um registro da consciência humana, o mais rico e mais abrangente que temos. A poesia lírica é o esforço mais bem sucedido do homem, sem dúvida, para descrever qualia [a natureza específica da nossa experiência subjetiva do mundo]. O romance é o esforço mais bem sucedido do homem, sem dúvida, para descrever a experiência de seres humanos individuais que se deslocam através do espaço e do tempo".
David Lodge
terça-feira, julho 15, 2014
Resenha de "O Trovador" na Folha de Londrina
Sangue na terra vermelha
Marcos
Losnak
Especial para Folha2
Especial para Folha2
"O Trovador", primeiro romance do poeta
londrinense Rodrigo Garcia Lopes, mergulha na história do nascimento da cidade
A trama desenvolvida por Rodrigo Garcia Lopes abrange desde
conspirações internacionais de grandes proporções até pequenos ressentimentos
masculinos provocados por mulheres fatais
Muito pó. Muita lama. Barulho de machados e árvores caindo.
Imigrantes de 33 etnias e de várias partes do Brasil. Som de martelos por todos
os lados. Uísque escocês rolando em todos os bares. Família e faroeste. Igreja
e bordel. Uma cidade sendo erguida por homens onde o bem e o mal se confundem.
Esse é o cenário escolhido pelo poeta londrinense Rodrigo Garcia Lopes para seu primeiro romance, "O Trovador", que acaba de ser lançado pela editora Record. A cidade de Londrina no ano de 1936, a frente de colonização criada pelos ingleses no sertão do norte do Paraná.
"O Trovador" é um genuíno romance policial histórico. Numa época em que a grande maioria dos ficcionistas do gênero aposta em novas formas e leituras, Rodrigo Garcia Lopes realiza o caminho inverso, volta à clássica forma dos romances ingleses de detetives da primeira metade do século 20.
Em suas páginas estão presente todas as ferramentas clássica do gênero: crimes misteriosos, pistas falsas, reviravoltas investigativas, homens durões, mulheres sedutoras, descrições metódica, mentes diabólicas, enigmas, segredos, estratégias e ambições. Elementos que se ajustam à época em que a história se desenrola.
Tudo começa quando, na Inglaterra de 1936, o inspetor Hugh Sinclair e o político Winston Churchill intimam o nobre lord Lovat a realizar uma viagem ao Brasil para saber o que está acontecendo em Londrina na Parana Plantations Limited (mas conhecida como Companhia de Terras Norte do Paraná), empresa de colonização britânica comandada por Lovat.
O fato é que um funcionário da empresa foi assassinado em Londrina e outros dois estão desaparecidos. E o episódio está ligado a uma correspondência misteriosa recebida pela majestade do trono britânico Eduardo VIII (o principal acionista da Parana Plantations): um poema provençal.
Assim Lovat segue para Londrina na companhia do jovem tradutor-intérprete Adam Blake. Percorrendo as ruas da cidade, os dois trombam com crimes cada vez mais enigmáticos e, a cada pista elucidada, um novo assassinato acontece.
A trama desenvolvida por Rodrigo Garcia Lopes abrange desde conspirações internacionais de grandes proporções até pequenos ressentimentos masculinos provocados por mulheres fatais. O cotidiano da cidade também aparece ao lado da arte da poesia, que no romance funciona como enigma a ser decifrado, uma arte que guarda a síntese de sentidos e acontecimentos.
"O Trovador" deixa transparecer que foi fruto de uma pesquisa histórica detalhada associada a uma boa dose de criatividade ficcional. As doses de ficção e fatos históricos dialogam entre si não apenas para desenhar a Londrina de 1936, mas também para oferecer uma visão mais diversificada da lenda do pioneiro bonzinho, honesto e trabalhador.
Tudo indica que haverá uma posterior continuação do romance. Mesmo com Blake elucidando assassinatos, tramoias e trambiques de grandes proporções, várias pontas ficam sem amarras, ficam abertas para novos fatos e consequências. "O Trovador" é um romance policial que sai do ambiente da terra vermelha para percorrer temas históricos universais.
SERVIÇO
"O Trovador"
Autor – Rodrigo Garcia Lopes
Editora – Record
Páginas – 406
Quanto – R$ 45
Esse é o cenário escolhido pelo poeta londrinense Rodrigo Garcia Lopes para seu primeiro romance, "O Trovador", que acaba de ser lançado pela editora Record. A cidade de Londrina no ano de 1936, a frente de colonização criada pelos ingleses no sertão do norte do Paraná.
"O Trovador" é um genuíno romance policial histórico. Numa época em que a grande maioria dos ficcionistas do gênero aposta em novas formas e leituras, Rodrigo Garcia Lopes realiza o caminho inverso, volta à clássica forma dos romances ingleses de detetives da primeira metade do século 20.
Em suas páginas estão presente todas as ferramentas clássica do gênero: crimes misteriosos, pistas falsas, reviravoltas investigativas, homens durões, mulheres sedutoras, descrições metódica, mentes diabólicas, enigmas, segredos, estratégias e ambições. Elementos que se ajustam à época em que a história se desenrola.
Tudo começa quando, na Inglaterra de 1936, o inspetor Hugh Sinclair e o político Winston Churchill intimam o nobre lord Lovat a realizar uma viagem ao Brasil para saber o que está acontecendo em Londrina na Parana Plantations Limited (mas conhecida como Companhia de Terras Norte do Paraná), empresa de colonização britânica comandada por Lovat.
O fato é que um funcionário da empresa foi assassinado em Londrina e outros dois estão desaparecidos. E o episódio está ligado a uma correspondência misteriosa recebida pela majestade do trono britânico Eduardo VIII (o principal acionista da Parana Plantations): um poema provençal.
Assim Lovat segue para Londrina na companhia do jovem tradutor-intérprete Adam Blake. Percorrendo as ruas da cidade, os dois trombam com crimes cada vez mais enigmáticos e, a cada pista elucidada, um novo assassinato acontece.
A trama desenvolvida por Rodrigo Garcia Lopes abrange desde conspirações internacionais de grandes proporções até pequenos ressentimentos masculinos provocados por mulheres fatais. O cotidiano da cidade também aparece ao lado da arte da poesia, que no romance funciona como enigma a ser decifrado, uma arte que guarda a síntese de sentidos e acontecimentos.
"O Trovador" deixa transparecer que foi fruto de uma pesquisa histórica detalhada associada a uma boa dose de criatividade ficcional. As doses de ficção e fatos históricos dialogam entre si não apenas para desenhar a Londrina de 1936, mas também para oferecer uma visão mais diversificada da lenda do pioneiro bonzinho, honesto e trabalhador.
Tudo indica que haverá uma posterior continuação do romance. Mesmo com Blake elucidando assassinatos, tramoias e trambiques de grandes proporções, várias pontas ficam sem amarras, ficam abertas para novos fatos e consequências. "O Trovador" é um romance policial que sai do ambiente da terra vermelha para percorrer temas históricos universais.
SERVIÇO
"O Trovador"
Autor – Rodrigo Garcia Lopes
Editora – Record
Páginas – 406
Quanto – R$ 45
- Companhia
de terras? – perguntou.
Blake fez que sim.
- Da Inglaterra?
Blake balançou de novo a cabeça.
- Bem vindo ao fim do mundo... Vai ver em que bela porcaria de cidade o senhor veio parar.
Blake riu.
- Não pretendo ficar muito tempo. Só vim resolver algumas coisas.
- É o que todos dizem. O jeito é se divertir. – A moça arrumou a mecha negra sobre os olhos e concluiu: - Bom, todo mundo é meio estrangeiro. A cidade é nova demais. O senhor fala português muito bem. O que faz da vida?
- Sou tradutor.
A moça continuou a sustentar o olhar em direção de Blake. Parecia não ter entendido.
- Traduzo o que as pessoas falam ou escrevem – explicou Blake.
Ela deu uma tragada, soprando a fumaça para o teto.
- Ah, então é alguém que vive da palavra dos outros?
Blake fez um olhar surpreso para a moça e deu de ombros.
- Digamos que eu facilito a comunicação entre as pessoas que não falam a mesma língua.
A moça fez que entendia com um gesto de cabeça, bebericou o gim, passando a língua sob os lábios superiores. – Então veio pra cá para nada. Vai logo aprender que em Londrina só se fala uma língua.
- E qual seria?
A prostituta sorriu:
- Dinheiro.
Blake fez que sim.
- Da Inglaterra?
Blake balançou de novo a cabeça.
- Bem vindo ao fim do mundo... Vai ver em que bela porcaria de cidade o senhor veio parar.
Blake riu.
- Não pretendo ficar muito tempo. Só vim resolver algumas coisas.
- É o que todos dizem. O jeito é se divertir. – A moça arrumou a mecha negra sobre os olhos e concluiu: - Bom, todo mundo é meio estrangeiro. A cidade é nova demais. O senhor fala português muito bem. O que faz da vida?
- Sou tradutor.
A moça continuou a sustentar o olhar em direção de Blake. Parecia não ter entendido.
- Traduzo o que as pessoas falam ou escrevem – explicou Blake.
Ela deu uma tragada, soprando a fumaça para o teto.
- Ah, então é alguém que vive da palavra dos outros?
Blake fez um olhar surpreso para a moça e deu de ombros.
- Digamos que eu facilito a comunicação entre as pessoas que não falam a mesma língua.
A moça fez que entendia com um gesto de cabeça, bebericou o gim, passando a língua sob os lábios superiores. – Então veio pra cá para nada. Vai logo aprender que em Londrina só se fala uma língua.
- E qual seria?
A prostituta sorriu:
- Dinheiro.
(Fragmento de "O Trovador", de Rodrigo Garcia Lopes)
quinta-feira, julho 10, 2014
Jornal de Londrina: matéria sobre "O Trovador"
Romance policial convida o leitor a ser também um detetive
Primeiro do poeta Rodrigo Garcia Lopes,
livro é uma narrativa policial que se passa na Londrina nascente dos
primeiros anos da década de 1930
09/07/2014
Juliana Gonçalves
Um
triângulo amoroso entre funcionários da Companhia de Terras Norte do
Paraná (CTNP) resulta num assassinato na Londrina ainda nascente dos
primeiros anos da década de 1930. O colonizador Lord Lovat recebe a
missão de investigar o misterioso caso cuja pista principal é a poesia. O
que é real e o que é ficção nessa história, o escritor Rodrigo Garcia
Lopes deixa por conta da perspicácia do leitor. Primeiro romance do
londrinense – que já tem cinco livros de poemas publicados e concorre
com um deles ao Prêmio Portugal Telecom de Literatura em Língua
Portuguesa – O trovador será lançado por aqui em agosto.
Ele
sabia que, cedo ou tarde, teria que enfrentar o desafio de escrever um
romance. Só não achava que sua estreia na ficção se daria por uma
narrativa de mistério, até perceber que, dentre os gêneros narrativos, o
policial é o que mais se aproxima da tão familiar poesia. “A narrativa
policial estabelece um jogo com o leitor, do qual ele participa
ativamente, junto com o detetive, na complicação e solução do mistério.
Gosto da equação de que o leitor está para o detetive assim como o autor
está para o assassino.”
Trama
A colonização de Londrina – incluindo momentos na Inglaterra, Escócia e na vizinha Rolândia –, não foi escolhida como pano de fundo ao acaso. Reconstituir um período da história da cidade pela qual se diz apaixonado foi outro desafio eleito pelo poeta, compositor e tradutor. “Algumas liberdades foram tomadas na representação da cidade de Londrina e de alguns personagens, tendo em vista os requisitos da trama”, avisa. “A ação se passa no segundo semestre de 1936, e isso tem uma função vital para a trama, por motivos que o leitor irá descobrir.”
Era o início da exploração cafeeira e madeireira por aqui. O lugar já era povoado por imigrantes japoneses, russos, alemães, espanhóis e britânicos. O mistério tem início dentro da companhia de terras, com uma enigmática palavra provençal rabiscada em um bilhete encontrado na boca da vítima. A palavra também aparece em um estranho poema enviado a Eduardo VIII, então rei da Inglaterra.
Experiência
As investigações que revelarão a identidade do assassino trovador são pacientemente desenvolvidas por Lord Lovat e o tradutor Adam Blake. Em determinado momento, a narrativa sofre um importante recuo. É quando surge na trama uma canção medieval que esconde a chave dos mistérios.
Mais do que colega de profissão, Blake é quase a personificação do próprio autor na história. “Tentei levar para a composição do Blake um pouco da minha experiência como poeta e tradutor. Ele tem sobrenome de poeta famoso, é escocês, tem 30 anos, fala 11 línguas, é um homem do mundo, culto sem ser pedante e alguém obstinado pela verdade”.
Prêmio
Enquanto comemora a publicação do primeiro romance, Lopes também celebra a indicação ao Prêmio Portugal Telecom de Literatura em Língua Portuguesa, uma das premiações de maior prestígio no país e reconhecida pelo seu rigor técnico. Ele é um dos 64 semifinalistas na categoria poesia, com o livro Estúdio Realidade, publicado no ano passado. O resultado sai nos próximos meses.
Trama
A colonização de Londrina – incluindo momentos na Inglaterra, Escócia e na vizinha Rolândia –, não foi escolhida como pano de fundo ao acaso. Reconstituir um período da história da cidade pela qual se diz apaixonado foi outro desafio eleito pelo poeta, compositor e tradutor. “Algumas liberdades foram tomadas na representação da cidade de Londrina e de alguns personagens, tendo em vista os requisitos da trama”, avisa. “A ação se passa no segundo semestre de 1936, e isso tem uma função vital para a trama, por motivos que o leitor irá descobrir.”
Era o início da exploração cafeeira e madeireira por aqui. O lugar já era povoado por imigrantes japoneses, russos, alemães, espanhóis e britânicos. O mistério tem início dentro da companhia de terras, com uma enigmática palavra provençal rabiscada em um bilhete encontrado na boca da vítima. A palavra também aparece em um estranho poema enviado a Eduardo VIII, então rei da Inglaterra.
Experiência
As investigações que revelarão a identidade do assassino trovador são pacientemente desenvolvidas por Lord Lovat e o tradutor Adam Blake. Em determinado momento, a narrativa sofre um importante recuo. É quando surge na trama uma canção medieval que esconde a chave dos mistérios.
Mais do que colega de profissão, Blake é quase a personificação do próprio autor na história. “Tentei levar para a composição do Blake um pouco da minha experiência como poeta e tradutor. Ele tem sobrenome de poeta famoso, é escocês, tem 30 anos, fala 11 línguas, é um homem do mundo, culto sem ser pedante e alguém obstinado pela verdade”.
Prêmio
Enquanto comemora a publicação do primeiro romance, Lopes também celebra a indicação ao Prêmio Portugal Telecom de Literatura em Língua Portuguesa, uma das premiações de maior prestígio no país e reconhecida pelo seu rigor técnico. Ele é um dos 64 semifinalistas na categoria poesia, com o livro Estúdio Realidade, publicado no ano passado. O resultado sai nos próximos meses.
domingo, julho 06, 2014
Sobre histórias de detetive
"O
que gostava nesses livros era o seu sentido de plenitude e economia. No
bom livro de mistério, nada é desperdiçado, nem uma frase, nenhuma
palavra que não seja significativa. E ainda que não seja significativa,
ela tem o potencial para isso -- o que no final dá no mesmo. O mundo do
romance se torna vivo, ferve de possibilidades, com segredos e
contradições. Uma vez que tudo o que é visto ou falado, mesmo a coisa
mais ligeira e trivial, pode guardar alguma relação com o desfecho da
história, nada deve ser negligenciado. Tudo se torna essência; o centro
do livro se desloca a cada acontecimento que impele a história para
frente. O centro, portanto, está em toda parte e nenhuma circunferência
pode ser traçada antes que o livro chegue ao fim.
O
detetive é quem olha, quem ouve, quem se movimenta nesse atoleiro de
objetos e fatos, em busca do pensamento, da idéia que fará todas essas
coisas se encaixarem e ganharem sentido. Com efeito, o leitor e o
detetive são permutáveis. O leitor vê o mundo através dos olhos do
detetive, experimentando a proliferação dos detalhes desse mundo como se
o visse pela primeira vez".
Do personagem Quinn, autor de romances de detetive.
PAUL AUSTER, em Cidade de Vidro (tradução: Rubens Figueiredo")
terça-feira, julho 01, 2014
Romance policial: O TROVADOR, de Rodrigo Garcia Lopes (Editora Record)
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