INTERLÚDIO
Interrupções são bem-vindas, dizia Cage.
Bem, desde que o sentido, já ruína, deixe
Estabelecer seu ruído como um feixe
Que cruze o ar como um reflexo e beije
A mente à deriva, cansada de viagem.
Ele foi e voltou, nunca viu nem sabe
Da lua nova rangendo seus dentes de sabre,
Do silêncio que, cuidadoso, se abre
Para que a nata do vácuo nos consagre.
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