terça-feira, março 18, 2008

"GO WEST"



As Montanhas Rochosas
ficaram novamente para trás:
estamos em Montana.

o reflexo do que você
é
apenas o que pode parecer


Durante o recesso de primavera viajei pelo Oeste Americano com um passe de 15 dias de trem que custou 320 dólares. Foram quase 9 mil quilômetros de chão, atravessando 14 estados. A primeira perna da viagem pela Amtrak (que calcula os percursos de forma a viajar os trechos mais belos de dia): três dias ou cerca de 54 horas de Chicago a San Francisco pelo
California Zephyr. A presença dois primeiros habitantes nos nomes apenas: Iowa, Nebraska, Colorado, Utah, Nevada, California.

Depois 3 dias de descanso em San Francisco, novamente mais três dias, de Seattle, estado de Washington, pelo
Empire Builder, bordejando o Canadá, atravessando Oregon, Idaho, Montana, North Dakota, Wisconsin, até o ponto de partida: Chicago, Illinois.

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Saindo de Chicago, depois de passar por subúrbios industriais decadentes e plantações de aveia e milho, já no começo da noite, o Zéfiro da Califórnia chega numa cidade curiosamente chamada Aurora.

Paisagem marrom, rios com placas de gelo moventes. Pela janela do trem, depois de cruzar o Velho Mississipi, na direção de O-MA-HA ("habitantes dos rochedos"). A neve dos últimos dias se acumula por toda parte. - 5 graus.

O trem aumenta a velocidade antes de penetrar a grande noite americana.

Sonho com a batalha de Little Big Horn, com Touro Sentado falando sobre talheres de plástico e bloody-maries.

"Vai por mim: primeiro os búfalos, depois os índios".






Amanheço em Denver, fundada em 1859 durante a Corrida do Ouro. O trem pára por uma hora, antes de fazer o longo caminho pelas Rochosas. Aproveito e peço informações pro xerife, vejo sua estrela, e ele me indica o Oxford Hotel. Às seis da manhã, é o único lugar aberto. Atravesso a rua deserta. Compro cinco câmeras descartáveis, agradeço à moça, e volto para o vagão. Recarrego Ralph Towner no toca-CD.


Bonneville Salt Flats. Helper. Grand Junction. Provo. Elko. Winnenucca. Mustang Ranch. Os nomes ecoam na cabeça, se embaralham em suas próprias tramas, como estações.

Um comentário:

Elisa Kozlowsky disse...

Cara, muito bonito, hein?