segunda-feira, fevereiro 09, 2015

Canções do Estúdio Realidade: Alguma Crítica




Canções do Estúdio Realidade é um disco maravilhoso, que escutei nas estradas da Paraíba, a caminho do sertão e me deu muita alegria e sensações variadas.
CHICO CÉSAR, músico e compositor

Refinar o pop a partir da experiência literária não é um sonho novo. Rodrigo Garcia Lopes faz curioso percurso em seu segundo disco. Aqui, se dá o inverso: é a leveza do pop que impulsiona uma trama poética sutil [...] Uma natural familiaridade costura as harmonias do poeta, que nos leva, pelo som, a um território antigo e novo ao mesmo tempo.
JOTABÊ MEDEIROS, crítico de música, O Estado de S. Paulo

Em 12 faixas com letras de veio poético, o artista tece uma ode à canção com arranjos melodiosos e que tomam forma híbrida de jazz e MPB, acentuada pela formação da banda, que tem baixo acústico, piano, bateria e violão. [...] Garcia Lopes também foi próximo de Paulo Leminski (1944-1989), outro que desarranjou as fronteiras entre música e poesia, e de quem musicou versos.
RODRIGO LEVINO, Folha de São Paulo.

Tendo a palavra como base, o compositor e poeta se lança em trilhas sonoras ambiciosas e variadas -- por jazz, funk, afoxé -- sempre valorizando as harmonias. O resultado oscila entre canções exatas e (bons) poemas.
LEONARDO LICHOTE, crítico de música, O Globo.

Doze anos depois da estreia em disco, o paranaense Rodrigo Garcia Lopes volta a lançar um álbum musical. No ótimo Canções do Estúdio Realidade, o poeta, compositor e tradutor visita a canção popular com desenvoltura, explorando as características específicas do gênero sem cair na armadilha de fazer mera poesia musicada.
ROGER LERINA, crítico de música, Zero Hora.

Rodrigo Garcia Lopes, autor de Polivox, é mesmo um cara de muitas vozes. Vozes dele, vozes de outros. Não é toda a hora que se encontra gente múltipla assim, que escreve poesia e ensaios, faz entrevistas, toca violão, compõe, canta...Tudo bem feito, claro. Para o público em geral, ávido de cultura, uma personalidade criativa e livre dessas por perto, nesta época de especializações, de nichos de mercado, de repetições e limitações, é motivo para comemorar.
VITOR RAMIL, músico, cantor, compositor e escritor.

Grande esmero, produção caprichada mesmo. Prestei atenção em tudo, com um destaque especial às linhas de baixo, voz e a equalização das vozes, mixagem, os arranjos...tudo muito bem feito. Parabéns. Muito interessante pra mim ouvir um disco bem diferente do que faço, mas igualmente trabalhado e ambicioso. Fiquei contente de conhecer seu trabalho musical. Aliás, todos os instrumentos soam bem. Parabéns mesmo, e sabe, adorei a sua versão pra música Nobody does it better. Não só o arranjo é ótimo, como a sua voz soa deliciosa.
MARINA LIMA, cantora e compositora.

Lírico, moderno, cinematográfico e com um "livrinho" que faz jus ao disco. Muito bom! Arrojado, cheio de experiências com versos e com maneiras de dizer. Também gostei dos arranjos, bastante adequados ao projeto. Uma bela exploração sinestésica da realidade.
LUIZ TATIT, músico, compositor e teórico de música brasileira.

Abrir o disco Canções do Estúdio Realidade é empreender uma viagem ao um bom tempo da música. Um tempo que resiste na memória e no coração de uma bela canção. Entrar no estúdio realidade é como entrar num livro, num bom livro.
LUIZ CLAUDIO OLIVEIRA, crítico de música, Gazeta do Povo.

Em Canções do Estúdio Realidade não há duas faixas parecidas, com Rodrigo demonstrando uma tremenda versatilidade, cantando balada, blues, funk, jazz, rock, rap e canções de sua autoria com autenticidade. As letras falam da condição humana (ex, ‘Quaderna’) e da vida no mundo moderno (ex, a sobrecarga sensorial em ‘New York’). Todas as canções são em português, com exceção da bela balada ‘Butterfly’, escrita em inglês. [parceria com Neuza Pinheiro]. Sua incrivelmente bela interpretação de ‘Nobody does it Better’ [aqui na sua própria versão em português, Ninguém Melhor que Ela] é o melhor tratamento que a composição já recebeu. Seu estilo violonístico e a progressão de acordes em ‘Quaderna’ traz à mente o violonista Guinga. O funk-rap ‘New York’ evoca a Farofa Carioca. Os arranjos, a maioria de André Siqueira, são luminosos (ex. ‘Cerejas’). Os músicos são esplêndidos (por exemplo, a deliciosa introdução de baixo de Gabriel Zara e o solo e acompanhamento pianístico de Mateus Gonsales em ‘Iluminações [parceria com Bernardo Pellegrini], só para dar dois exemplos. Tudo combinando com a qualidade do livro suntuoso de 36 páginas [por Marcos Losnak e Beto] com evocativas fotos coloridas [por Elisabete Ghisleni]. Rodrigo Garcia Lopes assaltou o Estúdio Realidade e trouxe para nós tesouros musicais e poéticos”
RANDY MORSE – produtor norte-americano, em seu site de música brasileira “The Best of Brazil”

Abertas as portas do Estúdio Realidade o que logo se descortina é a cena paranaense de cidades como Londrina e Curitiba, lugares pródigos em poesia e literatura onde a música popular cada vez mais se faz notar. Quem conhece só o Rodrigo Garcia Lopes vindo da poesia, da intensa atividade intelectual e editorial, vai descobri-lo agora cheio de desenvoltura com seu violão em meio às névoas musicais das óperas de araucárias e arames. São quatro as estações do ano, quatro as linhas do campo, mas a vida é só uma. Rodrigo quer retomar o universo e nos levar com ele. Por que não?
VITOR RAMIL, cantor, músico, compositor e escritor

É muito difícil a gente decifrar o que pretende um autor quando lança um trabalho. Apenas podemos conjecturar, intuir, ler nas entrelinhas coisas que não sabemos de verdade, imaginações. Como o próprio autor, que pensa saber o que pretende, e a cada vez que se aproxima da obra, descobre essa vertigem (traduzida por uma supressão da qualidade crítica tão fundamental para um criador, a severidade de julgamento) que o faz oscilar acompanhando os movimentos daquilo que não sabemos, mas fizemos. Então falamos de coisas técnicas, da fluidez dos arranjos, da elegância da interpretação, da competência instrumental, e logo vamos nos perdendo nos adjetivos. Este CD de Rodrigo Garcia Lopes, que carrega o sinuoso título de Canções do Estúdio Realidade, lembra sonhos de juventude, quimeras de uma possível aproximação com a poesia, com a divindade, com o vinho da existência, com a uva da metáfora sufi, a fonte. Como diria um zen budista: a imersão na realidade. Que coisa mais bem feita!
ARRIGO BARNABÉ, compositor e músico


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