sábado, junho 14, 2014

Londrinense é semifinalista do prêmio Telecom

Londrinense é semifinalista do prêmio Telecom

Escritor Rodrigo Garcia Lopes concorre ao Prêmio Portugal Telecom na categoria poesia com o livro ‘Estúdio Realidade’

Elisabete Ghisleni/Divulgação
"Acho que os prêmios são importantes, deveríamos ter muitos outros, junto com outras iniciativas para promover o acesso aos livros e à leitura", diz Rodrigo Garcia Lopes
Reprodução
Livro contém 97 poemas
 
      Um das premiações de maior prestígio no País e reconhecida pelo seu rigor técnico, o Prêmio Portugal Telecom anunciou semana passada 64 autores semifinalistas em três categorias: romance, conto/crônica e poesia. Dentre eles, o escritor londrinense Rodrigo Garcia Lopes, na categoria poesia, com o livro "Estúdio Realidade". Outros quatro autores que não são paranaenses, mas moram no Estado e possuem uma forte atuação cultural no Paraná, também foram contemplados: Cristovão Tezza ("Um Operário de Férias" - categoria conto/crônica), que foi vencedor em 2008 com o romance autobiográfico "O Filho Eterno"; Rogério Pereira ("Na Escuridão, Amanhã" - categoria romance); Luís Henrique Pellanda ("Asa de Sereia" - categoria crônica) e Guilherme Gontijo Flores ("Brasa Enganosa" - categoria poesia). A seleção dos quatro finalistas de cada categoria será anunciada em setembro.
     Indicado para o prêmio Jabuti em 2004 e 2005 pelo livro de poesia "Nômada" e pela tradução de "Folhas de Relva", respectivamente, o escritor Rodrigo Garcia Lopes está animado com mais essa indicação. "É um páreo duro na categoria, com poetas que admiro, como Armando Freitas Filho. É meu primeiro livro de poesia em quase dez anos, tempo em que me dediquei a traduções, ao romance 'O Trovador', ao CD Canções do Estúdio Realidade, a aulas e outros projetos", conta o escritor, que é semifinalista juntamente com outros 21 candidatos na mesma categoria.

        Com 97 poemas e um apêndice com aforismas sobre poesia, além de um resumo da experiência do autor com a poesia, "Estúdio Realidade" mostra um trabalho vigoroso de experimentações intertextuais, polifônicas e polissêmicas, com variedade de estilos, formas, dicções e ritmos. Sobre a possibilidade desse tipo de premiação incentivar a literatura, Lopes é taxativo: "Acho que os prêmios são importantes, deveríamos ter muitos outros, junto com outras iniciativas para promover o acesso aos livros e à leitura, num País que tem índices alarmantes de analfabetismo funcional".Lopes também tece críticas ao tipo de poesia que está predominando na atualidade. "A verdade é que, sendo a arte da linguagem, a poesia é a arte da liberdade. A arte de escrever nos mais variados estilos, dicções, formatos. No caso da poesia hoje, o que vejo é há muita poesia 'fofa', sem vivência, bem superficial. É prosa cortada em linhas travestida de poesia, sem qualquer preocupação com a função poética", avalia.

      Atualmente, Lopes está preparando o lançamento do seu primeiro romance, "O Trovador" (Record). Trata-se de uma história de detetive com trama complexa, com influência do romance americano e inglês dos anos 30, e que se passa em Londrina, Inglaterra e Escócia, em 1936, tendo a colonização de Londrina como pano de fundo.

      Em dez anos de existência, receberam o Prêmio Portugal Telecom 32 obras de 12 editoras, sendo 18 romances, oito de contos e seis de poesia. Além do prêmio de R$ 50 mil por categoria, um dos três escritores vencedores irá receber o Grande Prêmio, também no mesmo valor.
Ana Paula Nascimento
Reportagem Local

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