domingo, maio 30, 2010

NOVA ZUNÁI NO CYBERESPAÇO


Como sempre, com muita coisa legal:

* Flores de cerejeira: breves considerações sobre o haicai no Brasil, de Gustavo Felicíssimo.
* Luigi Russolo e a arte dos ruídos: uma introdução à música futurista, de Sérgio Medeiros.* Cartas de Luanda: O dinheiro nas marcas simbólicas da água, de Abreu Paxe.
*“Uma poesia solar: aquela que dialoga com o mistério da semente.” Uma conversa com o poeta angolano João Maimona.
*Galeria: exposição virtual de Francisco Faria.
*Depoimentos e Debates: É possível mudar o cânone literário?
*Alguns contos: onze novos narradores, apresentados por Marcelino Freire.
*Poemas de Wilson Bueno, Horácio Costa, Virna Teixeira, Micheliny Verunschk, Yao Feng, Fernanda Dias.
*Traduções de Joyce Mansour (Inglaterra), Malcolm de Chazal (Ilhas Maurício), Norma Cole (EUA), Edmond Jabès (Egito), Adonis (Líbano), Shu Wang (Macau), Sohrab Sepehri (Irã).


ZUNÁI, REVISTA DE POESIA E DEBATES
Ano VI, edição XX, maio de 2010
                                                    www.revistazunai.com

sexta-feira, maio 28, 2010


"Nesta nossa era caótica, uma coisa tem humildemente mantido suas virtudes clássicas: a estória de detetive. Pois uma estória de detetive não pode ser entendida sem um começo, meio e fim...Eu diria em defesa da estória de detetive que ela não precisa de defesa; embora agora lida com um certo desdém, ela é nossa salvaguarda de ordem numa era de desordem".

JORGE LUIS BORGES
('A Estória de Detetive', 1978)

CHANCE (poema de Rodrigo Garcia Lopes)


Toda possibilidade
venha

De onde vier, da luz batendo & fazendo
sombras

Que se movem. Ou a ilusão se
confundindo
com um rosto onde a luz
penetra --

E mesmo que toque
Fundo, esta pedra

há de ecoar longe,
Onde

a espuma do sentido se desdobra, onda
sendo

puro gesto, tradução
do movimento e seu processo.










segunda-feira, maio 17, 2010

Pat Metheny interpreta "Don't Know Why" (violão barítono)

UM POEMA DE MARCOS LOSNAK




Marcos Losnak, grande amigo e parceiro. Prosador inédito em livro, poeta, crítico de literatura. Um dos editores da Coyote, junto comigo e Ademir Assunção. Nos conhecemos há muito, muito tempo. É dele este poema, do seu livro (ótimo) Um Urso Correndo no Sótão. Parabéns pelo seu dia, Losnakón! 



UM PEIXE SEM LAGO


Um homem sozinho
é um lago sem peixes

Uma tristeza quase alegre
procurando um campo de papoulas
para alimentar suas dores

Muito pequeno para o que sente
mastiga os insetos mais venenosos
como se acendesse uma vela aos pés de deus

Uma cabeça lançada ao desvario
que extrai de si mesma longos membros
para sobreviver no breu das margens

É o mais feliz dos animais
vive onde o álcool purifica as feridas
onde o amor é uma febre
que se cura com drogas e delírios

Um homem sozinho
não precisa falsificar suas dores
elas já nascem com ele
como capim onde há terra
como merda onde há gente

Ele sabe que é tarde
quando cachorros lambem seus pés
quando os cabelos tornam-se espessos
besuntados pelo óleo do absurdo

Sabe quando deve morrer
retirar-se de onde nunca esteve
e nunca desejou pensar
e mesmo assim
manteve os olhos florescidos de sinceridade

Seu coração deseja o deserto
sua felicidade não é a felicidade de todos
é a simples felicidade impossível
de um único um

Um homem sozinho
é um peixe sem lagos




Marcos Losnak

sábado, maio 15, 2010

"Vivemos em uma sociedade ansiosa, em que não há espaço para não se fazer nada, pois o não-fazer, o vazio, nos obriga a criar, a pensar, a perguntar."
Marcia Tiburi






O jardim zen de Ryoan-ji  (Japão)


Um livro é um homem
Cercado de palavras
Por todos os lados.




rodrigo garcia lopes

quarta-feira, maio 12, 2010




queito
erro de digitação
até errando
a poesia
dá seu jeito

quinta-feira, maio 06, 2010

DETECTIVE NOVELS

"O que gostava nesses livros era o seu sentido de plenitude e economia. No bom livro de mistério, nada é desperdiçado, nem uma frase, nenhuma palavra que não seja significativa. E ainda que não seja significativa, ela tem o potencial para isso -- o que no final dá no mesmo. O mundo do romance se torna vivo, ferve de possibilidades, com segredos e contradições. Uma vez que tudo o que é visto ou falado, mesmo a coisa mais ligeira e trivial, pode guardar alguma relação com o desfecho da história, nada deve ser negligenciado. Tudo se torna essência; o centro do livro se desloca a cada acontecimento que impele a história para frente. O centro, portanto, está em toda parte e nenhuma circunferência pode ser traçada antes que o livro chegue ao fim.
O detetive é quem olha, quem ouve, quem se movimenta nesse atoleiro de objetos e fatos, em busca do pensamento, da idéia que fará todas essas coisas se encaixarem e ganharem sentido. Com efeito, o leitor e o detetive são permutáveis. O leitor vê o mundo através dos olhos do detetive, experimentando a proliferação dos detalhes desse mundo como se o visse pela primeira vez".

Do personagem Quinn, escritor de romances de detetive.

PAUL AUSTER, em Cidade de Vidro (tradução: Rubens Figueiredo")

terça-feira, maio 04, 2010

BETRAYED BY (Rodrigo Garcia Lopes/Neuza Pinhero)

Neuza Pinheiro musicou este poema meu, escrito em inglês, de Solarium. Isso foi em 98, se não me engano. Aqui ela a interpreta com sua filha, a cantora Lia Cordoni. Ficou uma linda canção: "words set to music". Valeu, Neuza!


betrayed by
a winter wind

the beautiful 
butterfly

slowly flo
wing like a
flying flower

fallen over 
a frozen 
river

(bitter is
 to fly

so far
to die

better flying forever)




segunda-feira, maio 03, 2010

NESTA QUINTA EM SAMPA


Jack Kerouac em uma rua de Manhattan. Foto: Allen Ginsberg


 GERAÇÃO BEAT: PALESTRAS, DEBATES, DEPOIMENTOS E AUDIÇÃO

Coordenação: Cláudio Willer

A Geração Beat foi o grupo de poetas, prosadores e artistas norte-americanos que estrearam na década de 1950, com grande impacto e circulação pela ousadia e caráter inovador de suas obras: Jack Kerouac, principalmente através de On the Road, uma plataforma geracional; Allen Ginsberg, que chamou a atenção para a beat com o poema Uivo; William Burroughs, Gregory Corso, Lawrence Ferlinghetti, Michael McClure, Gary Snyder, Dianne di Prima e outros. Inspirou jovens a romper com o estilo de vida convencional e a procurar novos modos de expressão. Está na origem da contracultura, de movimentos pacifistas, da geração “de mochilas nas costas” profetizada por Jack Kerouac em Os Vagabundos Iluminados. Está também associada à religiosidade transgressiva e ao misticismo heterodoxo, especialmente de alguns beats, como Kerouac e Ginsberg, denominada por especialistas de “anarquismo místico”.

Dando continuidade ao curso iniciado em abril, com destaque para a contribuição literária dos beats - suas poéticas e visões de mundo, autores com os quais dialogaram ou nos quais se inspiraram - será abordada a atualidade da Geração Beat e sua presença, inclusive no Brasil, através de um módulo intitulado Beat Brasil, com depoimentos de autores contemporâneos: Ademir Assunção e Rodrigo Garcia Lopes (dia 06), QUINTA-FEIRA.


Biblioteca Alceu Amoroso Lima (Cardeal Arcoverde com Henrique Schumann). Às 19h30. 






BIBLIOTECA PÚBLICA ALCEU AMOROSO LIMA
Rua Henrique Schaumann, 777 - Pinheiros 
05413-021 - São Paulo/SP
Tel. 3082 5023