sexta-feira, setembro 15, 2006

TESTEMUNHO, poema de Paul Auster

No trigo alto do inverno
que nos levou através
dessa terra de ninguém,
nas cópulas de nossa raiva
sob essas ervas brancas sem nome,
e por hospedar, perpetuamente,
uma flor no inferno, falarei a você
do abrir de meu olho
para além do ser,
de meu ser além do ser
só alguém,
e como poderia absolvê-la
desse segredo, e provar pra você
que não estou mais só,
que não estou
nem mesmo perto
de mim.



(Tradução: Rodrigo Garcia Lopes)

Um comentário:

Marilia Kubota disse...

eu nunca tinha lido poemas dele. então é mesmo ótimo de qualquer jeito.